Rose Mary Lopes
Comumente os empreendedores são otimistas. Acreditam muito que tudo vai dar certo ao iniciarem ou gerirem seus negócios. Se assim não fosse, muitos desistiriam de empreender no Brasil, cujo ambiente de negócios tem sido mal classificado em relatórios como o Doing Business (The World Bank e International Finance Corporation).
Mesmo com boa preparação e planejamento, muitos empreendedores se deparam com situações e eventos que colocam à prova sua capacidade de encontrar soluções. Pois, percalços, fatos inesperados, imprevistos ocorrem.
E, se você não contemplar medidas, alternativas e até planos de contingência, pode ser que as chances de seu negócio de sobreviver sejam comprometidas. Estas medidas e alternativas são de diversas naturezas, a começar por reserva financeira.
Observe que nas associações de moradores, o estatuto destas prevê um percentual sobre a taxa mensal para constituir um fundo de reserva que se destina justamente à cobertura de imprevistos, emergências e até reformas.
No seu negócio isto poderia se aplicar. Ter uma política de constituir uma reserva. Afinal, quem não está sujeito, por exemplo, a uma ação trabalhista movida por um ex-empregado? Que mesmo tendo recebido suas verbas rescisórias entra com um processo solicitando horas-extras, insalubridade ou até queixas mais sérias como assédio moral?
Aliás, se você pensar bem, há quanto mais tempo um empregado esteja trabalhando em sua empresa, maior é a quantia necessária para fazer face a um acerto no término desta relação. E, aí, você está preparado?
Outros fatos reais. O empreendedor tem loja de sapatos e acessórios femininos há vários anos no litoral. Sabe que tem que aproveitar a alta estação e o fluxo dos feriados. Previne-se e faz encomendas antecipadas a seus fornecedores que lhe informam o prazo de entrega.
Só que é comum que estes fornecedores (não importa se pequenos ou grandes) falhem em suas entregas. E, alguns nem o avisam. E aí? Se ficar desfalcado de mercadoria não terá o que vender para seus clientes que, ou não vão voltar, ou irão comprar do concorrente.
Suponha que seu negócio dependa de veículos ou de equipamentos. E, que estes são importados. Situação real: quebra do veículo ou do equipamento.
Num destes casos, o veículo operava em estradas ruins (Brasil!!!), sujeito a muito desgaste e houve quebra de peça que nem a montadora previa que pudesse acontecer com quilometragem baixa. A fábrica enviou engenheiros para examinar o problema e decidir sobre a solução. Mas, até ser consertado o veículo ficou sem uso durante 6 meses!