Edmir Kuazaqui
Estudar, pesquisar, trabalhar, criar experiências e relacionamentos. Muitos já comentaram os assuntos, mas vale a pena sempre discutir sobre outra ótica e gerar outras reflexões. Com todas as mudanças que o mundo está passando, o perfil humano e profissional também sofreu transformações significativas, sendo um jargão atual afirmar que as pessoas devem trabalhar visando atender causas e em prol da sociedade o que, num primeiro momento, está totalmente correto.
A discussão talvez resida no que estamos fazendo e empenhando esforços nessas causas ou simplesmente atendendo uma parte de um todo maior? Ao abrir um novo negócio, um empreendedor está interessado na viabilidade aparente do seu negócio, que está devidamente relacionado com a capacidade deste em ter a escalabilidade necessária para o retorno econômico-financeiro de seu negócio. O que é um ótimo objetivo.
Pensando de forma mais ampla, com uma pitada da economia e capitalismo consciente, temos a nova empresa desempenhando seu importante papel de estar gerando trabalho, empregos e impostos de forma sustentada, democratizando os recursos financeiros. Por outro lado, esses empregados geram outros negócios e fazem parte de outras tribos que também dependem de sua performance de negócios. Então, cria-se um ciclo virtuoso, com o equilíbrio de desenvolvimento econômico e social. Uma parte contribuindo para o todo e vice-versa. Então, por que não mudar a essência da pergunta, questionando como estamos contribuindo para a Sociedade, qual o nosso papel e o que realmente estamos entregando de valor?
Não pretendo entrar numa discussão filosófica sobre a importância da empresa ou mesmo do trabalho e emprego, mas refletir sobre outros aspectos de como podemos contribuir de forma mais profunda e significativa para e com a Sociedade, de forma a perenizar o desenvolvimento e o crescimento de todo o sistema.
Por vezes, os quatro verbos citados no início deste ensaio se apresentam de forma personalizada, com propósitos e objetivos direcionados para o desenvolvimento e sucesso individual. Considerando a economia colaborativa e compartilhada como exemplos norteadores (podem existir outros), podemos estender nossas atividades de forma que todos possam participar do processo de criação de um negócio e/ou mesmo estratégias e compartilhar, na essência do termo, o desenvolvimento e a amplitude e alcance de resultados. Para tantos, deve-se quebrar paradigmas e eliminar barreiras que possam atrapalhar a implantação e aplicação inseridos dentro de uma nova visão organizacional, diferente, mais holística e mais atualizada e por que não dizer, ousada?
A startup Airbnb é um bom exemplo de como um ótimo negócio pode ser criada de forma compartilhada a partir de uma oportunidade de negócios. Outro bom exemplo está nas plataformas de crowdfunding, no sentido de gerar projetos que não seriam viabilizados individualmente e nas formas tradicionais. Em essência, podemos entender que as grandes estruturas podem ser reduzidas por divisões, tais como as células do corpo humano, que são as menores unidades estruturais e funcionais de um corpo vivo e que podem estar categorizadas em grupos distintos de acordo com a sua contribuição para e com o todo.
Finalmente, temos a agricultura familiar. Pode-se criar todo um ecossistema de negócios que, em conjunto, trará uma série de consequências positivas para a economia nacional, considerando a geração de atividades econômicas, trabalho e empregos, além no suprir as necessidades básicas de alimentação, bem daquelas consideradas como gourmet. Aprofundando a reflexão, podemos somar mais um verbo – Contribuir olhando para a frente, mas também em todas as direções, de forma a compreender o seu real papel em toda a Sociedade. Talvez a maior dificuldade é como olhar …e como compartilhar experiências e conhecimentos de forma a impulsionar a inovação necessária.