O Desempenho do PIB Brasileiro em 2012

Por: Orlando Assunção Fernandes

Na última sexta-feira (01/03) foram divulgados os dados referentes ao PIB brasileiro de 2012. Os dados não só vieram abaixo do previsto, mas também acenderam alguns sinais amarelos.
O PIB brasileiro, calculado a preços de mercado, foi de 4,403 trilhões de reais em 2012, contra os 4,143 trilhões registrados em 2011. Entretanto, descontando-se o efeito da inflação sobre o produto (Deflator Implícito do PIB) a taxa real de crescimento do PIB de 2012 foi de apenas 0,9%, a menor desde 2009, auge da recente crise econômica internacional. Ao excluirmos, porém, o efeito dos impostos indiretos líquidos de subsídios sobre o produto (que no ano passado cresceram 1,6% em termos reais), o chamado valor adicionado a preços básicos ou PIB a custo de fatores registrou crescimento ainda menor, de apenas 0,8%.
Já quando convertemos o PIB a preços de mercado em dólares, pela taxa de câmbio média de 2012, o PIB brasileiro registrou forte queda, saindo da casa dos US$ 2,470 trilhões para US$ 2,250 trilhões, fazendo o Brasil perder o posto, que havia sido conquistado em 2011, de sexta economia do mundo para o Reino Unido.
Outro aspecto negativo na análise dos dados foi a estagnação do PIB per capita brasileiro que registrou o valor de R$ 22.402 mantendo-se, em termos reais, praticamente inalterado (com crescimento de apenas 0,1% em 2012).
Na análise do PIB, pela ótica da oferta, chamou a atenção também o desempenho negativo dos setores agropecuário (-2,3%) e da indústria (-0,8%) em 2012. Apenas o setor de serviços registrou taxa real de crescimento positiva no ano (1,7%) o que, por sua maior participação na composição do PIB, permitiu manter a taxa real de crescimento do PIB como um todo ainda no campo positivo.
Já na análise dos dados pela ótica da demanda, vale ressaltar a contribuição negativa, ao PIB brasileiro de 2012, do maior valor das importações sobre as exportações de bens e serviços, bem como a forte queda da Formação Bruta de Capital Fixo (-4,0%).
Dessa forma, o que ainda permitiu que a economia brasileira mantivesse algum ritmo de crescimento em 2012, uma vez mais, foram o consumo da administração pública (3,2%) e o consumo das famílias (3,1%). Entretanto, é preciso lembrar que em um cenário econômico no qual tem se privilegiado mais o consumo em detrimento ao investimento, privilegia-se mais o presente do que o futuro, com todas as consequências negativas daí decorrentes.
Todavia, estas e outras discussões faremos em nossas aulas de economia. Até lá.

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