Mind the gap. Sobre adolescentes, hoje.

Pedro de Santi

Serviço. Exibição do documentário Mind the Gap, produzido pela agência Talent/Marcel e o Canal Multishow, seguido de debate com a equipe da agência e professores da ESPM, mediado pela Didi Wagner.

Dia 22/08, às 13:30 hs, no Auditório Philip Kotler

 

Há cerca de dois anos, fui procurado por um ex-aluno da ESPM. Ele vinha em nome da agência Talent/Marcel me convidar para participar de um projeto interessante. A agência decidiu produzir conhecimento sobre o comportamento dos adolescentes atuais, isto, independente de uma demanda pontual de alguma conta que atendem.

Para isto, mobilizaram uma amostra grande e chamaram alguns especialistas para refletirem sobre os resultados.

Disto derivou este documentário, de cerca de meia hora, produzido pelo Multishow.

O título é uma referência à clássica sinalização do Metrô de Londres: ‘mind the gap’ chama a atenção para o vão entre a plataforma e os vagões. A apropriação como título alerta para outro ‘gap’: aquele entre o que presumimos saber sobre a adolescência e as realidades diversas com ela é vivida.

Temos inúmeros clichês arraigados a respeito, em geral datados do imaginário dos anos 60. Mas qualquer um que acompanhe pesquisas ou trabalhe diretamente com jovens sabe que aquele imaginário só existe na cabeça dos adultos.

Todo o tom do debate está na discussão entre as dimensões de identidade e diferença: o que há de universal e regular, e o que há de contingente e variável na adolescência.

O ponto central é a discussão sobre a revolução causada pela internet. Em que medida ela cria um novo Homem?

O documentário resulta ser uma fonte rica para debate, por tudo o que mostra e pelo que não mostra (em termos de espectro social e de gênero, por exemplo).

Considerei especialmente corajoso e interessante o fato de que a agência assume uma conclusão a respeito do tema, a despeito da variedade das interpretações apresentadas.

Mind the gap é uma expressão muito rica em associações possíveis, mas sempre um chamado à tomada de consciência e quebra do movimento inercial no qual tendemos a nos instalar.

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