Mais delícias empreendedoras que atravessam fronteiras!

Por Rose Mary Lopes

Na semana passada falei de iguarias criadas por empreendedores, cujos sabores ganham tanta clientela que atravessam as fronteiras das cidades e regiões onde elas são feitas.

Abordei somente duas delas. E, muitas ficaram de fora. Por isto, volto ao tema para focar pelo menos mais dois casos. Um deles é de goiabada.

Até me lembrei do livro Segredo de Luísa de Fernando Dolabela em que a protagonista da estória abandona uma possível sucedida carreira de dentista pela de empreendedor. Luísa investe na ideia e na oportunidade de tornar a goiabada caseira, uma receita familiar, num negócio, assumindo todos os riscos, esforços, rupturas e realizações para tornar sua empresa – A Goiabadas Maria Amália Ltda. – real. Assim, progride, cresce, exporta e, na estória, vem a ganhar o prêmio de Melhor Empreendedor Global de Minas Gerais.

Na história que focamos temos a goiabada sim, mas é a Goiabada São Thomé que se tornou a a primeira a receber o Selo Nacional de Goiabada Artesanal.

Pois é, por trás desta goiabada cascão que se gaba de ser a melhor do Brasil, feita com fogo à lenha, em tachos mexidos com esforço humano, está a figura de Luiz Pereira.

Este, ao contrário de Luísa que abandona a Odontologia praticamente no último ano, completou Engenharia Química na Universidade Federal Fluminense, e fez Mestrado em Administração pela Brigham Young University. Nota curiosa: os seus estudos foram financiados pela venda de goiabadas artesanais produzidas pelos pais.

Luiz faz carreira em grandes corporações financeiras nos EUA e Londres, mas a goiaba o atrai e o faz retornar à cidade natal Campos dos Goytacazes, RJ onde se dedica à criação da marca São Thomé Goiabada Artesanal, já com mais de 10 anos de existência.

Feita com goiabas Paluma, fornecida por pequenos agricultores, a tradição, o sabor, a pureza, e o reconhecimento da sua qualidade artesanal a ajudaram a ultrapassar as fronteiras da cidade e do Rio de Janeiro, sendo encontrada em várias capitais de estados brasileiros. E, ao que parece, há sonhos para ultrapassar as fronteiras do país.

Mudando da goiaba para a banana. A bananinha Paraibuna que leva o nome de um município do estado de São Paulo, também nasce da tradição artesanal, em 1975. O doce preparado caseiramente em tachos ganhou clientela pela cremosidade e sabor.  Como a goiabada São Thomé, não há adição de conservantes.

Assim, foi angariando cada vez mais clientes, e a decisão de produzir em escala industrial, mas com o cuidado de conservar os diferenciais – sabor, cremosidade e ausência de conservantes – que conquistaram quase todo o território nacional.

Posiciona-se como produto natural para todos que se preocupam com uma vida saudável, sobretudo como lanche para crianças e, para adultos e atletas, antes ou mesmo após as atividades físicas e esportivas.

Percebam que recursos existentes na sua região associados à tradição e ao fabrico artesanal gera produtos reconhecidos como naturais, fiéis no sabor às frutas de que provém, estimulam o paladar dos clientes e sua memória afetiva. Remetem a produtos que tem a haver com origem interiorana , com o carinho do produto feito em casa, com mais toque humano.

Estes empreendedores da Goiabada São Thomé e da Bananinha de Paraibuna já mostraram um caminho possível para aqueles que quiserem explorar oportunidades como estas. Felizmente  ainda temos muitos sabores e muitas delícias para explorar.

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