Homem x robô? Tem espaço para todos

José Eduardo Amato Balian

Estima-se que 47% das funções que o homem exerce poderão ser substituídas por robôs num futuro bem próximo. À primeira vista nos parece assustador e realmente o é. No entanto, talvez o erro esteja em querer competir com eles ao invés de colocá-los no seu devido lugar.

Nosso desafio será fazer o que o robô não faz, ou seja, usar a linguagem da emoção, e da experiência, ao invés da operação que estamos acostumados. A criatividade e emoção são características humanas que os robôs não possuem e é nossa vantagem competitiva (usando a linguagem de mercado).

Ao homem cabe fazer as perguntas, ao passo que ao robô, elaborar as respostas pelo que precisamos para viver e trabalhar melhor. As empresas precisam se antecipar ao invés de reagir ao mercado. Mudar antes que seja preciso. Mudar enquanto está tendo sucesso, ou seja, ganhando o jogo.

Veja o exemplo da Google, sempre comprando empresas e entrando em novos negócios. Uns dão certo outros nem tanto. Não faz mal! Abandone os ruins (Orkut) e siga em frente com os bons. Mas, nunca perca o foco!

A tecnologia recria nossa realidade, se beneficie disso. Por exemplo, reviva a experiência de pegar um taxi em São Paulo, nos dias de chuva, na saída de um evento, na qualidade dos atendimentos, antes e depois dos aplicativos 99, UBER, EASY, etc.

É claro que valeu a pena! Não responsabilize a tecnologia, ou o robô, pelo fim de uma atividade operacional realizada por humanos e visualize sim, os benefícios econômicos e sociais dos resultados obtidos, tais como: mais qualidade, preço acessível, custo baixo e serviços compatíveis.

A tendência é consumirmos cada vez menos produtos físicos e mais serviços, que por sua vez estão atrelados à experiência: seja de comprar, de vender, de lazer, de bem-estar, etc.

Até agora foi barato contratar o homem para trabalhar e é caro mantê-lo na empresa. Ao passo que é cada vez menos caro contratar um robô, que tem manutenção barata, pois não erra, trabalha 24h por dia, não faz greve e não perde eficiência. Não temos como competir de igual por igual!

O desafio das empresas e do profissional do amanhã está em se antecipar, trabalhar a “emoção das pessoas” e criar negócios relativos a cinco desafios deste século, são eles:

 

(1)    MOBILE – mobilidade de todas as formas, desde pagamentos, locomoção, etc.;

 

(2)   DATA ECONOMY – no tratamento de dados socioeconômicos que nos defrontamos, de modo a organizar e criar indicadores pertinentes e saber jogar fora o que não tem valor;

 

(3)   REAL TIME, isto é, a produção no local do consumo com as impressoras 3D, desde projetos de máquinas, peças, confecção de livros, etc., e da economia criativa, com a sensação de se assistir um filme ou uma peça teatral, à realização e participação em eventos, à perturbação positiva da visita a um museu, ao entretenimento e artes de forma geral;

 

(4)   IMPACTO SOCIAL, negócios beneficiando as classes menos favorecidas e portadores de qualquer tipo de deficiência em todas as atividades humanas;

 

(5)   SUSTENTABILIDADE, preocupação com a criação de bens e serviços que preservem o meio ambiente, reduzindo desperdícios, reciclando materiais, conservando a terra, o ar e o mar.

 

Não temos como vencer os robôs nas tarefas operacionais, mas o papel do homem não é esse e sim, muito maior e mais importante que isso, de modo que para sermos mais produtivos e tenhamos condição de viver bem, a tecnologia sempre foi e será um meio e não um fim.

Mãos à obra! Inspire-se!

 

Prof. Jose Eduardo Amato Balian

Coordenador da Incubadora de Negócios da ESPM SP.

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