Eduardo Benzatti
SEN-SA-CI-O-NAL!
Outro daqueles filmes em que a Marvel se supera. Além dos espetaculares efeitos “de sempre” (o filme precisa ser visto em 3D), a história é boa, a forma como os novos personagens são apresentados convence – nem sabia que existia a palavra “sororicídio”! -, porém a trilha – que não serve apenas de simples acompanhamento, mas ilustra o que vc está vendo em cada cena – supera tudo isso e é uma verdadeira viagem aos anos 60 e 70 (clássicos de Electric Light Orquestra, Sam Cooke, George Harrison, Cat Stevens, Fleetwood Mac, entre outros).
Como se só isso já não bastasse pelo ingresso, tem mais: os diálogos são ótimos – além da ironia e dos chistes há muitas autorreferências (algumas só compreendidas na língua inglesa) – e as costumeiras citações fílmicas: “Mary Poppins, “Viagem ao Centro da Terra”, filmes de piratas, até o cartaz lembra um pouco o do primeiro episódio de “Guerra nas Estrelas” de meados dos anos 70.
Há ainda espaço para o Psicodelismo do final dos anos 60 e início da década seguinte (veja toda a estética do Planeta Ego – aqui temos só uma das referências míticas do filme: Ego = Eu = centro do narcisismo). Mais Mitos: Cronos só é Cronos porque (literalmente) devorou seus filhos; um filho só se “emancipa” quando (metaforicamente) mata seu pai – para a Freud (num plano mais antropológico) início de toda a culpa, todo ritual, todas as religiões e da neurose obsessiva.
Tem mais: referências a brinquedos “matérias” e virtuais também estão presentes – games do passado e do futuro, “Walkman” – do passado e do presente, e – por fim – participações de Kurt Russell e Sylvester Stallone! Bom, isso foi só o que eu vi – com certeza outros virão tantas outras coisas. Essa é a graça (atual) dos filmes da Marvel. Em tempo: não há mais somente aquela cena final pós créditos, agora há várias delas durante os créditos. Quase todas hilárias. Fique até as luzes da sala se acederem totalmente.