Por Mario René
Sexta-feira, 2 de Novembro de 2012: Padre Marcelo inaugurando um templo – o Santuário Theotokos, “A mãe de Deus” – para mais de 100.000 fiéis.
A venda de seu livro Ágape já bateu em mais do que 8 milhões de exemplares, e seu CD Ágape quase 2 milhões.
A Feira Expo-Cristã, realizada em Setembro, atraiu quase 200.000 visitantes em uma semana, movimentando R$ 100 milhões.
O mercado religioso, também denominado “Mercado da Fé”, gerou vendas de mais de 12 bilhões de reais em 2011. E crescente, sempre crescente!
Fenômenos isolados?
Ou uma conjunção de episódios significativos?
Quem se aventura a investigar tal cenário?
Percebe-se hoje uma discussão e crescimento do espaço da Espiritualidade nas Organizações, e mesmo no Marketing.
Kotler e o Marketing 3.0 na esfera espiritual!, a Revista da ESPM/2007 toda sobre Espiritualidade nas Empresas, o super best-seller “O monge e o executivo”. E a “School of Life” criada pelo filósofo Alain de Botton, constituída por acadêmicos e escritores que debatem os problemas centrais que afligem as pessoas, quase sempre envolvendo espiritualidade e religião. Seu propósito: situar as necessidades da alma em um contexto de negócios.
A Religião, por seu lado, emprega modernas técnicas de Marketing e Comunicação para sua expansão e divulgação através de suas mídias. O que, por sinal, foi alvo da Edição de Jan/Fev deste ano da Revista da ESPM.
Além do que a nomenclatura do consumo e das marcas se apropria da linguagem religiosa: “O Deus-mercado”, os shopping-centers como “catedrais do consumo”, e a veneração às marcas por seus “apóstolos”.
Com base nesse contexto, a ESPM criou um Núcleo bastante inovador (quando não inédito) no universo acadêmico (não teológico), o PRECE: Programa de Religião e Espiritualidade nas Corporações e na Economia, visando discutir, pesquisar e produzir material que conecte Espiritualidade e Religião ao mundo corporativo e do consumo:
• O que significa Espiritualidade nas Empresas, enquanto Organizações não-religiosas? Quais dentre elas estão envolvidas, e com que resultado? Que papel exerce na Gestão de pessoas?
• Como as Religiões enfocam o consumo? Quais dentre elas são contra? Restringem?
• Quais os canais de venda mais procurados pelos consumidores?
• Espiritualidade e lucratividade são incompatíveis?
• As Organizações deveriam possuir um espaço ecumênico para meditação/contemplação de seus funcionários?
• Muitas Igrejas estão constituídas como verdadeiras Empresas. Poderemos considerá-las como estudos de caso? Qual sua confluência com o universo da Administração e da Comunicação?
Serão bem-vindos todos os que puderem contribuir com comentários e informações!!!