Empreender, para quem?

Erika Camila Buzo Martins

Escolher para sua própria vida o empreendedorismo tem sido a “opção” de muitos brasileiros que se viram sem emprego no último ano e sem perspectivas de contratação para os próximos. Por outro lado, muitos que já haviam escolhido esse caminho, foram obrigados a fechar as portas em meio às dívidas que não paravam de crescer na contrapartida ao número de clientes que foi se esvaindo, devido à crise econômica ou ao medo de andar pelas ruas.

Fato é que, quem soube aproveitar o momento, se adaptando à tecnologia e aos novos canais de comunicação e entrega ou ainda inovou, criando alternativas para que os consumidores pudessem obter o que necessitam ou desejam, viu seu negócio decolar.

De ifood à barraquinha da feira que passou a atender pelo whatsapp, do mercado pelo aplicativo aos robôs de limpeza, em todas as áreas é possível inovar e criar. Há muito tempo não se via tamanha rede colaborativa indicando produtos e serviços por meio de grupos nas redes sociais e, é claro, criticando vários outros publicamente. Afinal, mesmo sem muita experiência em decorrência da velocidade das mudanças que o mundo exigiu, é preciso dar resultados satisfatórios aos clientes.

O empreendedorismo acontece de forma cíclica e depende muito das condições econômicas pelas quais o mundo ou seu país passam. Alguns o escolhem com a ilusão de que não ter chefes trará mais liberdade, mas esquecem que o chefe é o cliente, por sinal mais exigente. Outros amam tanto algo e querem compartilhar com as pessoas, levando sua paixão e admiração pelo mundo. Há ainda àqueles que são totalmente voltados para o negócio, para a lucratividade.

Para quem pensa em investir nessa empreitada ou mudar os rumos do seu negócio, vale incluir em sua pauta a economia criativa, colaborativa ou digital – três vertentes que podem acontecer em paralelo ou de forma complementar e têm servido como ponto de partida para empreendedores de qualquer porte, além de colaborar para o crescimento rápido dessas empresas. Enquanto a economia criativa tem seus esforços voltados para a indústria cultural e capital intelectual e a economia colaborativa busca facilitar transações compartilhadas na contrapartida ao individual, a economia digital proporciona a ampliação dos “horizontes” ao trazer facilidade e agilidade por meio de tecnologias.

Somado a elas, é preciso pensar em propostas inovadoras e disruptivas para obter vantagem competitiva em um mercado (seja qual for o ramo escolhido) que passou a tentar se atualizar e especializar e, uma demanda cada vez mais exigente e com ferramentas que proporcionam comparação em poucos cliques.

E você pode pensar: ao mesmo tempo em que ela mostra uma luz no fim do túnel, aponta os diversos obstáculos que podem surgir logo de início? Pois é, mesmo em tempos propícios e de grande abertura por parte dos clientes para novos negócios, empreender continua sendo um desafio em qualquer ciclo e você precisará estar preparado. Então, minha pergunta é: Você está empreendendo para quem? Para sua satisfação pessoal, para lucrar muito ou para resolver um problema da sociedade?

Ache um caminho que una as três coisas e, além de feliz, seu negócio tenderá a se perpetuar por ser aceito pelos clientes e pela sociedade em geral, além de te fazer crescer cada vez mais financeiramente. Se optar por apenas um, talvez os demais venham como consequência, mas lembre-se também de um detalhe importante: tudo pode ficar obsoleto em pouquíssimo tempo! Por isso, tenha foco e esteja alerta às mudanças para se antecipar a elas.

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