Empreendedores que amam as flores!

Por Rose Mary Lopes

Elas marcam sua presença, ainda que de forma sutil e calada. Podem até ser efêmeras. Mas, como embelezam! Sem elas, sem suas cores, formas e contrastes, bem como as folhagens e outros elementos decorativos que as acompanham, os eventos, as festas, as reuniões sociais, a decoração dos diversos tipos de ambientes perderiam vida.

Trata-se de um setor já expressivo na nossa economia cujo volume de vendas movimentou R$ 4,5 bilhões em 2012. Envolvem flores cortadas ou em vaso, plantas verdes e ornamentais, forrações, paisagismo e gramas.

No ano passado o consumo per capita foi de R$ 23,00. Pode-se achar que é ainda pequeno, mas estávamos em R$ 14,00 no ano anterior.

Se analisarmos o crescimento deste setor frente ao da economia brasileira, ele ganha de longe! Na última década cresceu de 10 a 15% ao ano contra o crescimento nacional anual de 2 a 5%.

Houve mais acesso do consumidor aos produtos, até por conta da entrada dos supermercados neste setor. Flores e plantas expostas logo ao entrar incentivam a aproximação e a compra por impulso.

Se aumentou a concorrência com as floriculturas, quiosques e Garden centers pelos volumes maiores e preços menores, por outro lado ampliou-se enormemente a base de consumidores, pois muitas pessoas das classes sociais mais baixas passaram a ter acesso e a desenvolver o gostinho de ter flores e plantas cortadas ou em vasos em suas casas, comemorações ou como presentes.

Constata-se também maior entrada de novas espécies – hoje se tem mais de 350, e oferta de variedades – mais de 3000 – com ganho de qualidade. Embalagens mais apropriadas, mais velocidade na logística permitiu maior eficiência. Há ainda muito a melhorar tanto no acondicionamento, manipulação como no transporte – caminhões refrigerados ainda não é prática comum.

Do lado da produção é um setor com produtores gigantes como os situados em Holambra, mas também com muita informalidade, pouco uso de técnicas no pós-colheita e falta de mão de obra especializada.

A cadeia de vendas envolve grandes centrais de venda – no país são umas 60 (como o Ceagesp em São Paulo), empresas atacadistas – 600.

Quanto aos pontos de venda se tem uma surpresa: o número caiu de 28 mil para 22 mil (Grande parte destes dados são da IBRAFLOR – Instituto Brasileiro de Floricultura). Já vimos que a concorrência aumentou, mas a demanda também, ainda que esteja mais associada a presentes ou em datas festivas. O uso como decoração doméstica ainda precisa ser mais incentivado.

Assim, podemos arriscar que por falta de competitividade, mas também por falta de diferenciação.

Empreendedores do varejo de flores podem marcar sua diferenciação pelo cuidado, pelo tipo de arranjo que oferecem, pela criatividade nas combinações de flores, folhagens, bem como os cachepots, vasos, suportes e outros materiais.

Ou, por se dedicar a utilizar flores tropicais. Exemplo: na semana passada um arranjo deste tipo de flores, num evento, me chamou a atenção. Continha flores que nunca tinha visto. A composição era muito criativa. Verifiquei que a floricultura se especializou ao criar arranjos e decorações com este toque tropical. E, que a sua matriz se localizava em outro estado.

Outra pesquisa me mostrou que há um grupo de floriculturas com reputação de serem as melhores, principalmente nas capitais brasileiras, com rigorosos padrões de qualidade e de atendimento, e que fazem vendas online garantindo assim, bons resultados.

O oferecimento de serviços de decoração de ambientes, além de festas e eventos é outra forma de se destacar.

Para construir sua diferenciação a escolha de fornecedores ou conhecimento, rastreamento de novidades e de tendências, capacitação da mão de obra, atenção extrema aos detalhes e manuseio cuidadoso, combinações e materiais diferentes.

Dados atuais
No. de produtores: 7.600 produtores
Área de produção: 11.800 há
Funcionários média de 11 / 8 ha
No. de espécies produzidas: + de 350
No. de centrais de atacado: + de 60
No. de empresas atacadistas: 600

Pontos de venda no varejo: 28.000 / 22.000 INTERESSANTE – CAIU!!!

Ibraflor, hoje há 21.410 estabelecimentos que comercializam flores e plantas espalhados pelo território nacional
O mercado de flores e folhagens no Brasil representa R$ anuais
Exportação em 2012
decaindo 7,76% em relação ao total vendido ao exterior em 2011, fechando no valor global de US$ 26,01 milhões.
Em 2012, a balança comercial da floricultura brasileira mostrou saldo negativo de US$ 13,468 milhões, sendo que os valores das importações foram 51,78% maiores do que os das exportações.

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