Crescimento e desigualdade no Brasil

Alexandre Augusto Pereira Gaino

O fim do período eleitoral será seguido por diversas conjecturas sobre o futuro desempenho da economia brasileira para os próximos anos. Contudo, a depender do enfoque e dos objetivos, diferentes medidas podem ser escolhidas para acompanhar o avanço (ou não) da economia do país. Dentre os principais indicadores temos: o Produto Interno Bruto (PIB), o Produto Interno Bruto per capita, o Índice de Desenvolvimento Humano, o Índice de Gini, entre outros.
Esses indicadores não são equivalentes, nem sinônimos entre si e muitas vezes confundirmos o real significado de seus resultados. Será que entendemos as diferenças que efetivamente existem entre estas medidas?
O PIB é uma medida do valor dos bens e serviços que o país produz num período, na agropecuária, indústria e serviços. Ele procura captar o valor gerado em um país em um dado período de tempo. Em 2017, o PIB no Brasil foi de U$2,056 trilhões.
Os países podem ter um PIB elevado por serem grandes e terem muitos habitantes, mas seu PIB per capita (divisão do valor do PIB pelo número de habitantes do país) pode resultar baixo, já que a renda total é dividida por muitas pessoas. No Brasil em 2017 o PIB per capita foi de R$ 31.587.
O PIB per capita é uma média e, como tal, não consegue sozinha identificar os desvios existentes. Assim, o PIB per capita pode aumentar enquanto a maioria dos cidadãos de um país ficam mais pobres, ou proporcionalmente não tão ricos, pois o PIB não considera o nível de desigualdade de renda de uma sociedade.
Indicadores de cunho socioeconômicos, como é o caso do IDH, buscam identificar o acesso da população a elementos mínimos de qualidade de vida, como o acesso à educação e à condições de saúde, além da renda per capita. O IDH é um indicador que varia de 0 a 1. O IDH no Brasil é de 0,759, classificado como um país de IDH elevado, puxada pela renda per capita.
Já o Índice de Gini busca identificar o grau de distribuição de renda entre pobres e ricos. O indicador varia de 0 a 1 — quanto menor, melhor. No Brasil, o indicador ficou em 0,515 em 2015.
Diversos economistas ressaltam a importância da consideração da desigualdade sobre o desenvolvimento econômico e social de longo prazo. Nesse sentido, salta aos olhos o fato de o Brasil estar entre as 10 maiores economias do mundo, em termos do PIB e, entre as 10 piores economias do mundo em se tratando da desigualdade social.
Seja nos aspectos estritos econômicos, ou na melhoria da qualidade de vida da população, de forma mais ampla, a sociedade brasileira terá um grande caminho a percorrer nos próximos anos.

Armadilha do baixo crescimento: o Brasil come poeira
https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2018/10/15/armadilha-do-baixo-crescimento-o-brasil-come-poeira.ghtml

Eleito vai enfrentar efeitos do pior ciclo de desigualdade desde anos 80

https://www.valor.com.br/brasil/5894809/eleito-vai-enfrentar-efeitos-do-pior-ciclo-de-desigualdade-desde-anos-80

Brasil é o 10º país mais desigual do mundo
https://oglobo.globo.com/economia/brasil-o-10-pais-mais-desigual-do-mundo-21094828

IDH: Brasil perde 17 posições no ranking de bem-estar, quando considerada a desigualdade
https://oglobo.globo.com/economia/idh-brasil-perde-17-posicoes-no-ranking-de-bem-estar-quando-considerada-desigualdade-23067470

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