Marcus Nakagawa
Numa cadeia de valor estão todos os processos envolvidos no desenvolvimento de um produto e um serviço. Esta cadeia é o que a empresa utiliza para entender todos os custos envolvidos e como fará para entregar a sua proposta de valor para o cliente ou o consumidor. A cadeia de valor é composta por um sistema de valores que, dependendo do segmento e da área em que se trabalha, a complexidade fica cada vez maior.
Basicamente é o que chamamos de cadeia de fornecedores e distribuidores, aqueles que estão antes do processo de produção ou desenvolvimento de atividades e aqueles que estão após o seu trabalho.
Em tempos antigos se falava da preocupação da entrega e do preço. Com o passar dos anos, o consumidor final começou a buscar também os produtos com qualidade. E esta, começou a ser exigida também para a cadeia de valor. Alguns dizem que os distribuidores ou pontos de vendas não precisa muito destes valores.
Mas o que está acontecendo atualmente é totalmente ao contrário, pois empresas como Walmart, Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar (GPA) exigem qualidade para os seus consumidores sem esquecer obviamente do preço baixo e da entrega dentro do prazo.
Além destes componentes nos produtos, as grandes empresas de varejo estão cobrando também a tal da ética e da sustentabilidade, afinal de contas, elas não podem vender um produto que tenha sido feito por crianças ou vender carne de bois que estão sendo criados em áreas desmatadas fora da lei ou ainda com insumos sem nenhuma certificação de qualidade e de impacto ambiental.
Pois é, cada dia mais esta cadeia de valor tem que focar também para as questões de sustentabilidade ligadas aos temas sociais e ambientais. Somando estas competências das empresas e estes atributos do produto e do serviço é que podemos ter um diferencial competitivo.
Ao longo do Ciclo de Seminários de Sustentabilidade para PMEs em 2014 e no já iniciado em 2015 na cidade de Fortaleza, o qual pude participar, verificamos que muitas empresas estão desenvolvendo projetos, produtos e serviços muito interessantes dentro do tema e já se diferenciam tornando-se fornecedores de grandes empresas que se dizem mais sustentáveis.
É realmente uma super oportunidade, como a empresa AlphaMetalúrgica que desenvolveu um programa de treinamento, chamado Programa Indústria do Conhecimento, que além de tópicos com responsabilidade social, sistema de gestão da qualidade, meio ambiente, entre outros, forma a equipe por meio do curso interno de formação de serralheiro, obviamente para melhorar a qualidade do trabalho, além da minimização de riscos e acidentes.
Segundo o gestor principal da empresa, o programa já resultou em 15% na produtividade de suas linhas de produção logo nos primeiros anos, além de ter geradouma visibilidade para a empresa que foi convidada para expor as suas ações para as empresas da AFEAL – Associação dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio. Um bom exemplo para poder mobilizar as questões sociais e de desenvolvimento humano dentro da empresa.
Outro ótimo exemplo é o da Creatore Ateliê de Arquitetura, desenvolvedora do projeto Estar Urbano. Com o foco em ampliar a oferta de espaços públicos de qualidade para as pessoas na rua, eles mostraram ótimos modelos de minipraças instaladas nos lugares de vagas de estacionamento de carros na rua, buscando a interação e o bem-estar das pessoas. Um negócio que pode gerar momentos de lazer, cultura e negócios, pois todos os espaços também servem para vender publicidade e visibilidade para as empresas de consumo patrocinadoras.
Isso são apenas pílulas que temos no nosso Brasil que fazem parte de várias cadeias de valor que agora também inserem as questões de sustentabilidade. E você, pequeno e médio empreendedor, já inseriu o tema como valor para a sua organização?