Brasil e os novos imigrantes

Augusto Silva é professor do Anglo Vestibulares

Recentemente, o Brasil tornou-se rota de entrada de imigrantes oriundos de outros países em desenvolvimento. Esse fenômeno vem ganhando destaque no estado do Acre, onde a população de origem haitiana aumentou expressivamente nos últimos anos, logo após o terremoto que devastou o país caribenho em janeiro de 2010. Primeiramente, os haitianos embarcam rumo a países como Peru e Bolívia, para depois atravessarem as fronteiras amazônicas buscando melhores condições de vida e trabalho no território brasileiro.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 3% da população mundial, ou seja, aproximadamente 200 milhões de pessoas vivem fora do país de origem. Esse processo de deslocamento envolve países localizados em regiões desenvolvidas (Europa e América do Norte, principalmente) e países situados em regiões em desenvolvimento (América Latina, África e Ásia). É comum pensarmos que a maior parte das migrações internacionais ocorre das regiões em desenvolvimento para as nações desenvolvidas, onde os migrantes buscam melhores condições de vida e trabalho. No entanto, recentes dados da ONU destacam que metade (50%) da população de migrantes internacionais desloca-se entre as nações em desenvolvimento, e 37% saem de países em desenvolvimento buscando residência em países desenvolvidos.
Um dos fatores que explica esse fenômeno é que os países desenvolvidos criam barreiras políticas que dificultam a entrada de estrangeiros sendo, portanto, mais fácil o deslocamento entre os países em desenvolvimento onde os empecilhos para a entrada de imigrantes são menores. Outro processo que vem ocorrendo é a criação de barreiras (muros ou cercas) construídas nas fronteiras de alguns países desenvolvidos a fim de dificultar a passagem de imigrantes clandestinos. Exemplo disso ocorre na fronteira entre México e Estados Unidos. Já no caso dos novos imigrantes no Brasil, o governo federal, na tentativa de frear a entrada de novos imigrantes restringiu as concessões de vistos para 1.200 pessoas por ano, exigindo que sejam pedidos em território haitiano e não no Brasil.

Augusto Silva é professor e supervisor de Geografia do Anglo Vestibulares

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