Acidentes acontecem … mas ficar de olho aberto pode ajudar

Por Clarisse Setyon

Estou longe de ser uma unanimidade na defesa dos investimentos em Marketing Esportivo.
Felizmente, estou em companhia de gente muito mais capacitada no assunto do que eu.
Mais do que a companhia de pessoas competentes, há os resultados que não mentem.
Talvez o mais impressionante deles foi a publicação do Índice Neymar divulgado no ano passado que, em um veículo online, teve a seguinte manchete “Índice Neymar rende mais do que Bolsas brasileira e americana em 2011” .
O Neymar Stock Index elaborado por uma empresa de investimentos no Brasil demonstra os resultados positivos das empresas que utilizaram a imagem do astro como garoto propaganda.
Resumo do início desta minha estória é que há motivos de sobra para se fazer investimentos de comunicação em atividades esportivas.
Entretanto, não foi o que eu escutei outro dia na padaria, onde um senhor abocanhava seu lanche enquanto se lamentava pelas empresas que patrocinam o Corinthians. Dizia ele “… eu, hein ?! Já imaginou eu ser o dono de uma daquelas empresas na camisa dos torcedores que mataram o moleque na Bolívia… “. Não pude ficar até o final de suas declarações. Mas sem dúvida, pensei muito a respeito.
Em um período de 5 dias, vimos as seguintes manchetes da Folha de S.Paulo:
– Agencia (WADA – Agencia Mundial de Antidoping) suspeita que futebol espanhol teve casos positivos de Doping (18/02/2013);
– “Era preciso se dopar para chegar entre os primeiros”, digo por Tyler Hamilton, ex-ciclista, colega de Lance Armstrong (17/02/2013);
– Corintianos detidos serão indiciados sob suspeita de homicídios (22/02/2013);
– O velocista Oscar Pistorius negou que tenha planejado a morte da namorada (20/02/2013).
O que devem fazer todos os patrocinadores que de algum modo estão envolvidos nestes casos policiais ? Devem se retirar do esporte ? Devem se defender de alguma maneira ? Devem abandonar seus times e/ou seus atletas ? É uma decisão difícil, sem dúvida. Cada caso é um caso e deve ser analisado, avaliado com muito carinho. Evitar decisões precipitadas é mandatório. Entender que todo investimento tem seus riscos, faz parte do negócio.
De qualquer modo, chorar sobre o leite derramado, de nada serve.
Se é possível deixar aqui uma dica útil, aí vai: patrocinar um esporte, um time ou um atleta, não é como comprar um espaço na mídia. Requer um trabalho maior. Pesquisar, conhecer o histórico daquilo/daquele que será patrocinado. Entender os pontos de sinergia entre patrocinador e patrocinado. Entender os riscos… ou o popular, não olhar apenas as pingas tomadas, mas prestar atenção nos tombos, por que sim, eles podem existir. Mas, sabendo fazer, eles podem ser minimizados e ao invés de tomar pingas, há grandes chances de poder brindar com champanhe as conquistas de um investimento bem planejado no mundo dos esportes.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/02/23/indice-neymar-rende-mais-que-bolsas-brasileira-e-americana.jhtm

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