Jose Eduardo Amato Balian
Acaba de ser divulgada uma pesquisa sobre Fintechs realizada pela FIESP- Federação das Indústrias de Estado de São Paulo em conjunto com a empresa de consultoria PRICE WATERHOUSE, com resultados muito interessantes.
É sabido de todos, o excelente trabalho realizado pela FIESP nos últimos anos em prol da redução da burocracia e da taxa de juros na obtenção de crédito das empresas paulistas e a pesquisa revela um enorme potencial de mercado a ser “explorado” por startups nesse setor.
Inicialmente, as fintechs podem ser definidas como empresas que usam de forma inovadora a tecnologia na criação e entrega de produtos e serviços financeiros. É um meio para se chegar a determinado fim. Oferecem inovações que podem resultar em novos modelos de negócios, aplicativos, processos ou produtos com efeitos tangíveis nos mercados, nas instituições financeiras e na prestação de serviços financeiros.
Por meio, da tecnologia e da inovação, as fintechs operam como bancos, oferecendo produtos e serviços específicos. Na pesquisa, participaram 396 indústrias de vários tamanhos e segmentos de negócios e os resultados foram animadores com relação as oportunidades a serem oferecidas, a saber:
- Quando perguntadas sobre seu conhecimento sobre fintechs, 54,8% das indústrias tinham ouvido falar uma única vez e 34,8% sabiam muito pouco como funcionam;
- Os produtos financeiros oferecidos pelos bancos tradicionais foram considerados insuficientes, sendo que 56,1% apontaram a falta de crédito como fator principal, depois 37,4% a deficiente gestão financeira oferecida às empresas e 33,8% a falta de orientação adequada para realizar investimentos;
- No momento da pesquisa, 28,5% das empresas buscaram crédito recentemente e somente 1% o fizeram via fintechs, sendo que as demais utilizaram os bancos tradicionais;
- Quando perguntadas sobre que fatores motivaram a obtenção de crédito via fintechs, 53,1% apontaram a facilidade de contratação, 50,4% a agilidade na operação (tudo on line) e 48,7% as melhores taxas;
- Após a operação, 76,5% consideraram a experiência como boa e excelente;
- Com relação as desvantagens na contratação de crédito, 34,6% não identificaram nenhuma, 27,1% acharam as taxas oferecidas maiores que o esperado e 18,8% consideram as instituições muito novas e com risco elevado;
- Quando investigadas sobre os motivos de nunca ter buscado crédito, 42,4% tinham pouco conhecimento sobre essas startups e 26,2% dúvidas com relação a segurança da operação.
Na busca por crédito e serviços mais baratos, a tabela a seguir mostra o porcentual do “por que” da preferência das indústrias por essa nova opção de produtos financeiros.
Motivação |
Melhores Taxas | Menores Tarifas |
Disponibilidade de crédito
|
51,9% |
51,5% |
Agilidade da operação
|
35,3% |
41,7% |
Fonte: pesquisa FIESP/PRICE
Considera-se uma operação, tipo “ganha-ganha”, ou seja, não existe um vencedor e um perdedor. Nesta alternativa, as taxas da obtenção de crédito e das tarifas cobradas são menores tanto para quem oferece como para quem toma crédito. Os dois participantes ficam contentes com a operação.
A pesquisa mostrou que as indústrias não enxergam desvantagens a ponto de não realizar a operação, mas possuem falta de conhecimento sobre as fintechs. O Banco Central do Brasil, vem gradualmente regulamentando a atuação das fintechs, criando oportunidades para novos operadores entrarem nesse mercado fortemente oligopolizado por cinco instituições financeiras.
De um lado, os clientes buscam novas experiências sem burocracia e com mais satisfação, por outro, existe um “gap” entre o que é oferecido e o que as empresas desejam e o “jogo” começa a ser jogado com regras cada vez mais claras.
Talvez em algum momento, possamos copiar o modelo inglês, segundo o qual, desde 2016, uma instituição financeira tradicional que recusar a dar crédito para uma empresa é obrigada a oferecer essa opção a uma fintech e vice-versa.
As oportunidades estão aí, existem segundo a Associação, somente 442 (quatrocentos e quarenta e duas) fintechs no Brasil, com destaque para 105 (cento e cinco) com foco em meios de pagamento, 70 (setenta) em produtos financeiros, 70 (setenta) oferecendo crédito e 37 (trinta e sete) operando com produtos na área de seguros.
As empresas brasileiras a seguir podem despertar seu interesse: NEXOOS, IOUU, TRUSTHUB, YUBB, BIVA, TARION-BECK, ADIANTA, NOTA REGISTRADA, QUREO QUITAT, CONTA UM, MEU CÂMBIO, MAGNETIS, STONE, KAVOD, CONTA AZUL, confira…
Prof. Jose Eduardo Amato Balian
Coordenador da Incubadora de Negócios da ESPM SP