Termômetro volta a bater 40°C na França, e ONU alerta para recordes de calor

A França vive uma nova onda de calor intenso em pouco mais de dois meses, com os termômetros podendo registrar 40°C em algumas regiões do país a partir desta quarta-feira (10). O episódio coincide com uma série de incêndios florestais e falta de água em algumas cidades, mas também com mais um alerta da Organização Meteorológica Mundial (OMM) sobre recordes de temperaturas no mundo.

A Météo-France, agência meteorológica francesa, alertou a população para os riscos dessa onda de calor na saúde da população. As autoridades pedem para que as pessoas evitem sair de casa nos horários mais quentes do dia, o que, em algumas regiões, significa se esconder do calor entre 11h e 21h.

As altas temperaturas que começaram a ser registradas no fim de julho —pelo terceiro período durante este verão do hemisfério Norte— se concentraram nas regiões próximas ao mar Mediterrâneo, ainda que os termômetros tenham chegado à casa dos 40°C na capital, Paris.

Agora, a Météo-France avisa que a situação será mais difícil no sudoeste e na costa do Atlântico, no oeste do país. Atualmente, 16 regiões francesas estão sob o chamado “alerta laranja”, o penúltimo nível antes do alerta vermelho, de vigilância máxima.

Segundo Christine Lac, porta-voz da agência, essa onda de calor deve continuar pelo menos até sábado no sul e em grande parte do oeste do país, antes de avançar aos poucos para o noroeste e norte. O ciclo de calor deve ser rompido a partir de domingo (14), com chuvas previstas em toda a região.

onda de calor tem contribuído também para uma forte seca em países europeus. O baixo nível dos reservatórios de água em algumas partes do território francês preocupa as autoridades, que implementaram medidas de restrição no consumo em 93 das 96 regiões do país. Mais de cem municípios já estão sem água potável e dependem do fornecimento por meio de caminhões-pipa.

As condições climáticas levam ainda a uma maior ocorrência de incêndios, fazendo reviver traumas de temporadas passadas. Na França, nesta quarta-feira, dois deles continuam destruindo áreas florestais em ao menos duas regiões.

Uma floresta em Maine e Loire, no oeste do país, já teve 1.200 hectares destruídos pelo fogo, apesar da ação de 400 bombeiros. Já a Gironde, no sudoeste, atingida por um gigantesco incêndio em julho, registra um novo foco que obrigou milhares de pessoas a sair de casa. Desde o início do ano, mais de 50 mil hectares pegaram fogo na França.

Julho de 2022 foi o segundo mês mais quente registrado na França —atrás apenas de 1961—, e o verão de 2022 bateu um recorde no número de dias de calor extremo (mais de 30). Mas essa não é uma particularidade francesa.

O mês passado foi um dos julhos mais quentes já registrados no mundo, informou nesta terça-feira (9) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da ONU com sede em Genebra.

Em geral, a temperatura registrada no último mês superou a registrada no mês de julho durante o período de referência 1991-2020 em 0,4°C. Isso apesar da presença do fenômeno natural La Niña, que, segundo a OMM, “supõe-se que tenha um efeito refrescante”.

No mês passado, o órgão fez um apelo para que os líderes mundiais “acordem” para as ondas de calor como a enfrentada pela Europa atualmente, que devem ser mais frequentes devido à mudança climática pelo menos até o ano 2060.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/08/termometro-volta-a-bater-400c-na-franca-e-onu-alerta-para-recordes-de-calor-no-mundo.shtml

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