Sem apoio, governo britânico já admite adiar o Brexit

O governo britânico já trabalha com a possibilidade de adiar o Brexit. Ontem a premiê, Theresa May, propôs que o Parlamento vote um adiamento na data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) se os parlamentares rejeitarem novamente seu acordo de divórcio com o bloco europeu no mês que vem.
A promessa reduz a possibilidade de o Reino Unido deixar o bloco sem um acordo, mas traz nova incerteza sobre como e quando o país vai deixar a UE, que é seu maior parceiro comercial.
Após a declaração, a libra esterlina teve a maior alta em 21 meses contra o euro e a maior alta em cinco meses frente ao dólar.
May é fortemente contrária a adiar a saída do Reino Unido da UE, marcada para 29 de março. Mas, com apenas um mês antes do prazo, seu governo ainda não garantiu apoio no Parlamento para o acordo de divórcio que ela negociou com a UE no ano passado – e que tenta melhorar antes de reapresentá-lo no dia 12 de março.
“O Reino Unido só saíra do bloco sem um acordo em 29 de março se houver um consentimento explícito neste Parlamento para esse resultado”, disse May.
Caso o acordo de May volte a ser rejeitado, a expectativa é que legisladores britânicos aprovem um adiamento do Brexit a fim de evitar uma separação caótica.
Ontem o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que se o Reino Unido quiser um adiamento, deve apresentar razões para tal. “Existe um acordo. Se houver um pedido para uma extensão do Artigo 50 [que trata dos termos do divórcio], teremos de entender o porquê disso. Cabe ao governo britânico explicá-lo”, disse Le Maire. O ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe, disse que seu país não irá se opor a um adiamento.
O anúncio de May parece ter evitado novas renúncias de parlamentares, depois de trabalhistas e conservadores deixarem seu partidos por discordâncias em relação ao acordo do Brexit.
Na segunda-feira, o opositor Partido Trabalhista disse que apoia a realização de um segundo plebiscito sobre o Brexit. Jeremy Corbyn, o líder trabalhista, disse que o partido apoiará outro plebiscito – que poderia reverter o Brexit- se seu pedido por um acordo de saída que mantenha o país intimamente interligado à UE, for ignorado.

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