Robô mata-inseto já tem fila de espera

Um robô com pouco mais de 2 metros de altura, placas solares no topo e uma iluminação em LED na lateral, chama a atenção dos visitantes que passam pelos portões de entrada da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que ocorre em Ribeiro Preto (SP).
Trata-se de um gigante mata-inseto, de uso noturno, que funciona de forma autônoma e elimina os insetos que mais causam danos econômicos ao campo – moscas, mariposas, gafanhotos e besouros – por eletrochoques. As luzes em LED instaladas no equipamento servem para atrair as pequenas pragas, que, ao se aproximarem, recebem o choque. 

Com um preço de US$ 50 mil, o robô deve ser visto com mais frequência nas fazendas do Brasil a partir deste ano. A Solinftec, startup nacional que desenvolveu o produto e captou mais de US$ 120 milhões em investimentos nos últimos anos, afirma que 300 produtores brasileiros estão na fila de espera para receber a máquina. Nos Estados Unidos, outro mercado importante para a companhia, também existem outros cerca de 300 clientes aguardando a fabricação do robô. “Temos 20 unidades espalhadas pelas lavouras de grãos do Brasil, principalmente de soja, milho e algodão, e até o fim deste ano teremos 60 em campo”, afirma o fundador e CEO da empresa, o cubano Britaldo Hernandez. No Canadá, a empresa testa o uso em campos de trigo, o que deve acontecer em solo brasileiro também. 

Investimento 

Para acelerar a produção e a entrega dos equipamentos, a empresa anuncia hoje um investimento de US$ 5 milhões em uma unidade em Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, em parceria com a Hi-mix, empresa local. Parte do valor também será direcionada ao parceiro da empresa nos Estados Unidos com o mesmo objetivo. Além dos dois países, que são os maiores produtores de soja e milho do mundo e estão entre os maiores de trigo e algodão, a empresa brasileira planeja apresentar a plataforma de soluções na França e Espanha. 

Com a tecnologia, a Solinftec acredita que os produtores são capazes de eliminar as pragas antes que elas cheguem à fase de oviposição, ou seja, a saída do ovo das fêmeas, e sem oferecer perigo aos polinizadores naturais, que são extremamente importantes para a produtividade das lavouras. Cada robô é capaz de trabalhar em 200 hectares. “É uma tecnologia que pode ser usada em praticamente todo perfil de propriedade, principalmente em pequenas e médias”, diz o CEO. 

A proposta da empresa é que durante o dia o equipamento faça o trabalho de monitoramento das áreas. Por meio de algoritmos e inteligência artificial, a plataforma percorre os campos e faz um diagnóstico da fazenda, fotografando todo invasor natural, identificado e apresentando o laudo em tempo real ao usuário num software, que pode ser acessado no celular. Tanto a ativação como a programação do robô são realizadas por comando de voz a uma assistente virtual, batizada de Alice. 

https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2023/05/04/robo-mata-inseto-ja-tem-fila-de-espera.ghtml

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