O número de pessoas que jogam games caiu no Brasil no último ano. Segundo dados da Pesquisa Game Brasil, publicada na última quarta-feira (29), 70,1% dos brasileiros afirmam ter o costume de jogar jogos eletrônicos, uma queda de 4,4 pontos percentuais em relação à pesquisa do ano passado.
O levantamento também mostrou diminuição de 2,3 pontos percentuais no número de pessoas que colocam videogames entre suas principais formas de diversão, de 84,4% em 2022 para 82,1% neste ano. O número de entrevistados que apontam os jogos eletrônicos como sua principal forma de diversão oscilou negativamente de 76,5% para 75,3%.
Os dados nacionais seguem uma tendência observada também em outros países. Em seu relatório anual sobre o mercado de games global, divulgado no último dia 15, a consultoria Newzoo identificou uma queda média de 20% no tempo que as pessoas gastam jogando videogames no último ano.
Os especialistas atribuem esses números à diminuição das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Com mais opções de entretenimento disponíveis, as pessoas estão saindo mais de casa e reduzindo o tempo que elas gastam na frente das telas.
No Brasil, a queda parece ter afetado em especial as mulheres. Elas vinham sendo maioria entre o público que consome jogos digitais no país de acordo com as últimas edições da Pesquisa Game Brasil. Neste último levantamento, os homens voltaram a ser maioria, com 53,8% dos jogadores se identificando como sendo do sexo masculino.
Para Guilherme Camargo, professor na pós-graduação da ESPM e sócio do Sioux Group, uma das consultorias responsável pelo levantamento, a mudança está relacionada a um aumento no número de grandes jogos lançados para celulares.
“Isso também trouxe um maior envolvimento no cenário competitivo, atraindo ‘hardcore gamers’, que são em sua maioria homens, para os smartphones, que era um território predominantemente feminino”, afirmou.
Os smartphones, por sinal, continuam sendo a forma preferida dos brasileiros para consumir jogos. A plataforma ampliou sua liderança neste ano e é apontada por 51,7% como lugar ideal para consumir jogos virtuais. Consoles e PCs estão empatados tecnicamente no segundo lugar com 20,5% e 19,4%, respectivamente, enquanto 8,4% dizem preferir outros equipamentos (SmartTV, Smartwatch, minigames, etc.) para jogar.
Os dispositivos móveis também são as plataformas em que os jogadores são mais engajados. Segundo a pesquisa, 30,5% dos entrevistados dizem jogar todos os dias no celular, bem mais do que nos videogames (12,2%) e computadores (14,1%).
“O smartphone ganhou relevância em 2016 […]. Esse crescimento trouxe novas perspectivas de público que puderam, a partir de então, ter acesso e consumir jogos eletrônicos”, afirma Carlos Silva, sócio da Go Gamers.
O levantamento foi realizado pelo Sioux Group e pela Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM. Os números se baseiam em 14.825 entrevistas realizadas pela internet entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro, em 26 estados e no Distrito Federal. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Desenvolvido pelo coletivo Sokpop, “Stacklands” é um construtor de cidades minimalista. No jogo, cada recurso, morador e construção é representado por uma carta. Para avançar, o jogador precisa descobrir maneiras criativas de combiná-las para formar novas construções e desvendar segredos. Embora seja um game simples, ele faz uma inovadora mistura gêneros, demonstrando toda a criatividade dos seus criadores.
- A E3 de 2023 foi cancelada pela ESA, associação que representa as principais empresas de games dos EUA, e pela Reedpop, responsável pela organização do evento. Considerada a principal feira de jogos virtuais do mundo por anos, a E3 vinha passando por uma crise. O evento não foi realizado no ano passado e diversas empresas anunciaram que não estariam presente neste ano.
- Na última semana, a Ubisoft, após dizer que participaria da E3, mudou de ideia e desistiu de montar um estande no evento. Sega, Tencent e Devolver Digital também afirmaram que não estariam presentes na feira, agendada para 13 a 16 de junho, em Los Angeles. Nintendo, Microsoft e Sony já haviam anunciado sua ausência na E3 2023.
- A Nintendo divulgou vídeo com novas mecânicas do jogo “The Legend of Zelda: Tears of the Kingdon”. Pelas imagens, o game premiará a criatividade dos jogadores para resolver problemas na continuação de “Breath of the Wild”.
- A ministra do Esporte, Ana Moser, afirmou em audiência no Senado que o governo federal formará um grupo de trabalho interministerial para definir que área ficará responsável pelas políticas voltadas para os esports.”Não temos uma posição sobre isso. Se é esporte, se é cultura, se é ciência e tecnologia, se é turismo”.
- Onze membros do congresso americano pressionaram o governo Biden a combater práticas protecionistas do Japão no mercado de consoles de videogame, afirmou o site Axios no último dia 27. Segundo os congressistas, medidas do governo japonês atrapalham empresas americanas (no caso, a Microsoft e seu Xbox) a concorrer com a Sony, dos consoles PlayStation, no mercado local.
- Um dia depois, o órgão regulador da concorrência no Japão divulgou nota em que afirmou que não faria oposição à aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft. Segundo o comunicado, “é pouco provável que o negócio resulte em diminuição substancial da concorrência em qualquer área”.
- O jogo de luta “MultiVersus”, que reúne personagens de Warner Bros., DC, Cartoon Network e HBO, sairá do ar em 25 de junho como preparação para um lançamento oficial em 2024. O título havia sido disponibilizado em beta aberto em julho de 2022 com grande sucesso. Segundo os desenvolvedores, todas as compras realizadas até agora no jogo poderão ser recuperadas no lançamento oficial.
- A Take-Two comprou o serviço de games mobile por assinatura GameClub. O valor do negócio não foi revelado. Este é o segundo investimento da publisher em jogos para dispositivos móveis após ter adquirido a Zynga no início de 2022.
- A Electronic Arts anunciou que demitirá aproximadamente 6% de seus empregados como parte de um plano de reestruturação. Segundo o site Gamesindustry.biz, essa porcentagem representaria cerca de 770 funcionários. A EA afirmou que as demissões ajudarão a realinhar seus esforços para áreas com maior oportunidade de crescimento.