Para avançar em IA é preciso ter parcerias, diz Google

Só será possível capitalizar todo o potencial da inteligência artificial através de parcerias. É o que diz a diretora técnica da divisão de nuvem computacional do Google, Patricia Florissi. Ao Valor, a executiva afirma que a forma de surgir avanços tecnológicos é por meio de cooperações entre gigantes de tecnologia, startups e usuários.

“A gente acredita piamente que a única maneira de capitalizar completamente o potencial da inteligência artificial é fazendo uma parceria com as startups, com os nossos parceiros e com os nossos clientes. Juntos vão encontrar as soluções, os problemas e os desafios que vão levar realmente ao avanço da ciência e da humanidade”, disse Florissi.

“Nós, na realidade, estamos vindo nesse ambiente da inteligência artificial de um ponto de vista bastante humilde”, completou.

A diretora da plataforma de nuvem da “big tech” participou nesta terça-feira (28) do Web Summit, evento de tecnologia que acontece nesta semana no Rio de Janeiro. Florissi palestrou sobre o futuro da inteligência artificial. Em conversa após o painel, a executiva disse que não vê no setor uma dicotomia entre dominância e fragmentação de mercado. Ela, no entanto, reconhece que há concorrência entre as grandes empresas.

“A gente não pode olhar na concentração e na fragmentação num tópico abrangente como a inteligência artificial, porque ela na realidade depende de uma pilha, de um ‘stack’ de tecnologia”, afirmou Florissi.

Nesse sentido, o mercado de IA não pode ser analisado como partes isoladas já que ele é composto por uma cadeia de tecnologias que se complementam – com empresas que podem, por exemplo, oferecer as infraestruturas necessárias para programas de outras companhias, enquanto há quem faça apenas modelos de inteligência generativa ou plataformas.

“Há companhias que fazem chips e há, por exemplo, a Nvidia, que é líder em GPUs (unidades de processamento gráfico). E aí tem também companhias que estão competindo com a Nvidia nesse setor”, exemplificou Florissi.

O avanço de startups e outras empresas de tecnologia tem acirrado a concorrência com o Google, ao oferecer serviços de buscas similares ao da companhia. É o caso do ChatGPT, que passou a permitir que usuários comprem produtos através de links oferecidos pelo próprio chatbot.

A iniciativa faz parte dos esforços da OpenAI de posicionar o ChatGPT como aplicativo para tudo – de mecanismo de busca a assistente de voz e gerador de vídeo -, para aumentar o tempo que os usuários gastam com o chatbot e fazer frente às concorrentes. A startup não é única: a Perplexity AI Inc., lançada como mecanismo de busca em 2022, também se expandiu para área de compras e vendas.

Florissi, no entanto, ressalta que o Google acaba tendo, na visão dela, um diferencial por concentrar um “stack” de tecnologia de forma integrada: “Ela [essa pilha de serviços e estruturas oferecidas pela empresa] vai desde os centros de dados que foram construídos, otimizados para a inteligência artificial e que são conectados através da nossa própria rede de cabos.” A executiva também citou como exemploda “big tech” outros serviços como o próprio Google Cloud e o Gemini, modelos de IA generativa.

https://valor.globo.com/empresas/web-summit-rio/noticia/2025/04/30/para-avancar-em-ia-e-preciso-ter-parcerias-diz-google.ghtml

Deixe um comentário