Na China, Apple resiste e Xiaomi perde espaço

Até 2019, as empresas de telefonia móvel incentivavam os clientes a substituir os celulares a cada dois anos. Desde então, os ciclos de atualização se alongaram. Os consumidores chineses agora ficam com seus telefones por cerca de 40 meses. Combine isso com a popularidade dos celulares da Apple e isso significa problemas para os fabricantes na China.

Estima-se que as remessas globais de celulares caiam 6%, para 1,15 bilhão de telefones este ano, o número mais fraco em mais de uma década, de acordo com estimativas da Counterpoint Research. A desaceleração econômica da China é o principal motivo. As vendas de aparelhos atingiram seu nível mais baixo em quase 10 anos no segundo trimestre.

A Apple está entre as poucas marcas que resistem a essa tendência. As vendas aumentaram 7% no segundo trimestre, com uma participação de mercado superior a 17%. A gigante dos celulares dos Estados Unidos divide o primeiro lugar com a fabricante chinesa Vivo.

Isso deixa os fabricantes chineses lutando por compradores que preferem as marcas chinesas. Vivo, Oppo, Realme, Honor e Xiaomi são os cinco principais concorrentes. As vendas nos dois últimos enfraqueceram este ano.

Mas a Xiaomi não conseguiu acompanhar uma tendência global que favorece os smartphones premium. Na Índia, por exemplo, a Xiaomi perdeu o primeiro lugar para a Samsung no último trimestre de 2022. O grupo sul-coreano lançou uma linha de modelos de alto padrão no país com financiamento facilitado. A queda recorde nas vendas da Xiaomi naquele trimestre mostra a escala dos danos.

As ações caíram 37% desde o início do ano passado, refletindo a redução das margens operacionais. Estas caíram mais da metade nos últimos dois anos, para cerca de 2%.

A melhor qualidade de construção dos smartphones premium significa que eles duram mais e requerem substituição com menos frequência. O mercado vai continuar encolhendo. O mesmo acontecerá com os preços das ações dos fabricantes chineses.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/08/18/na-china-apple-resiste-e-xiaomi-perde-espaco.ghtml

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