A migração de verbas de publicidade do mundo tradicional para a internet continua a avançar no Brasil. O digital já representa um terço do bolo, com R$ 16,1 bilhões gastos em 2018, segundo pesquisa da Interactive Advertising Bureau (IAB), que reúne empresas do setor.
Os celulares são o meio que recebe mais recursos, representando mais de dois terços do total. Tablets e computadores ficam com os 33% restantes. “Os celulares só não têm uma fatia maior no geral pela limitação de acesso a dados [por custo e qualidade de conexão]. Em algumas plataformas ele já é 85%, 90%”, diz Ana Moisés, presidente do IAB.
Em relação ao formato de anúncios mais usado, o vídeo assumiu a liderança, respondendo por 38%. A categoria, amplamente liderada pelo YouTube, do Google, vem ganhando relevância também no Facebook, Instagram e LinkedIn, como opção aos anúncios estáticos tradicionalmente exibidos nessas redes sociais.
Conhecido como ‘display ads’, esse formato, também presente em sites e portais de notícia, é o segundo mais buscado, tendo recebido 34% do total de recursos em 2018. Os anúncios em mecanismos de busca (via Google, basicamente) representam 18%. Comparadores de preço, classificados, influenciadores digitais e outros ficam com os 10% restantes.
O IAB divulga a pesquisa sobre gastos com publicidade desde 2015 (referente a 2014), mas os números de 2018 não são diretamente comparáveis com os de outros anos por conta da mudança na metodologia do levantamento.
Até o ano passado, o estudo era feito pela empresa de pesquisa americana ComScore, tendo como base o cruzamento de informações de uma pesquisa com internautas sobre o volume de anúncios vistos e um questionário enviado ao mercado publicitário para levantar valores médios pagos por anúncios. Nessa metodologia, os gastos em 2017 somaram R$ 14,8 bilhões, um avanço de quase 26% em relação a 2016.
Na edição mais recente, a pesquisa foi feita com a PwC, que também atua para outros escritórios do IAB no mundo. No modelo desenvolvido para o Brasil, a consultoria leva em conta estimativas sobre o tamanho do mercado de publicidade, do Google e do Facebook no país, entrevistando 600 executivos. “É uma metodologia mais sustentável no longo prazo”, diz Cris Camargo, diretora-executiva do IAB. Segundo ela, um dos objetivos é fazer recortes por setores econômicos (varejo, finanças, serviços etc.), algo que não era possível pelo método anterior.
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