O Google apresentou nesta quinta-feira um vislumbre de um dos principais pilares de sua defesa em um tribunal, ao fornecer dados que mostram que os usuários continuam a usar com satisfação seu mecanismo de busca quando pré-instalado em seus dispositivos e abandonam o Bing ou outros mecanismos de que gostam menos.
Em julgamento iniciado na terça-feira (12), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está argumentando que a Alphabet, dona do Google, buscou acordos com operadoras de celular para ser o mecanismo de busca padrão em smartphones e dominar o setor. O governo dos EUA alega que esse julgamento antitruste, o maior em décadas, determinará o futuro da internet.
O governo concluiu o depoimento de Antonio Rangel, que leciona biologia comportamental no Instituto de Tecnologia da Califórnia, nesta quinta-feira. Rangel disse que os consumidores tendem a manter em seus computadores e celulares os navegadores pré-instalados como aplicativo padrão.
O governo alega que o Google pagou anualmente 10 bilhões de dólares a empresas de telefonia sem fio, como AT&T, fabricantes de dispositivos, como Apple, e desenvolvedores de navegadores, como Mozilla, para ser o mecanismo de busca padrão e evitar concorrentes, mantendo sua participação de mercado em torno de 90%.
Durante o depoimento de Rangel, o advogado do Google, John Schmidtlein, apontou casos em que um grande número de pesquisas de usuários ocorreram pelo serviço do Google mesmo quando o mecanismo de busca padrão era outro. Schmidtlein também mostrou um documento interno da Microsoft de alguns anos atrás sobre o uso de mecanismos de busca por pessoas que tinham um BlackBerry, um dos primeiros smartphones.
Os BlackBerries da Verizon tinham o Bing como padrão, e os da AT&T e T-Mobile tinham o Yahoo, enquanto os aparelhos da Sprint tinham o Google como padrão, mostrou o arquivo. Quando os usuários queriam fazer uma pesquisa, recorriam ao Google, independentemente do aplicativo.