O Facebook registrou lucro líquido de US$ 11,22 bilhões no quarto trimestre do ano passado, o que representa alta de 52,7% ante os US$ 7,35 bilhões registrados no mesmo período de 2019. O lucro por ação avançou 51,5% no comparativo anual, para US$ 3,88.
No pós-mercado de Nova York, as ações reverteram o movimento de queda registrado durante o pregão e avançavam 1,43%, cotadas a US$ 276,03.
A receita no período somou US$ 28,07 bilhões, alta de 33,2%. O número de usuários diários ao final do trimestre foi de 1,84 bilhão, o que representa avanço de 11% em relação ao final de 2019. No recorte mensal, o número de usuários ativos cresceu 12% entre os trimestres, chegando a 2,8 bilhões.
No acumulado de 2020, o lucro líquido do Facebook saltou 57,7% em relação ao ano anterior, para US$ 29,14 bilhões. Já a receita entre janeiro e dezembro foi de US$ 85,9 bilhões, alta de 21,6%.
O diretor-financeiro da companhia, David Wehner, afirma que a receita de anúncios, que neste trimestre respondeu por 96,8% do total, foi impulsionada pelo comércio eletrônico durante a pandemia.
A receita de anúncios somou US$ 27,19 bilhões no período, alta de 32% no comparativo trimestral, enquanto no acumulado do ano o avanço foi de US$ 21%, para US$ 84,17 bilhões.
No primeiro semestre deste ano, porém, há expectativa de que o segmento de publicidade seja pressionado por mudanças de privacidade no sistema operacional iOS 14, da Apple. O documento destaca ainda a incerteza em relação à regulamentação europeia.
A companhia espera que a taxa de crescimento da receita no primeiro semestre de 2021 se mantenha estável em relação ao que foi registrado ano passado ou “acelere levemente”.
Os investimentos da companhia neste ano devem ficar entre US$ 21 bilhões e US$ 23 bilhões, ante os US$ 15,7 bilhões em 2020. De acordo com o Facebook, a pandemia de covid-19 represou vários dos gastos que seriam destinados a instalações físicas, infraestrutura de rede e data centers.
O Facebook também anunciou que seu conselho de administração aprovou a recompra de até US$ 25 bilhões em ações classe A, além do programa de recompra de US$ 34 bilhões já autorizado.
Em uma Live do Valor na semana passada, Hugo Rodrigues, presidente-executivo da agência publicitária WMcCann, comentou a participação do Facebook na área de anúncios. De acordo com o executivo, as grandes empresas de tecnologia, como Amazon, Facebook, Google e Tik Tok estão se consolidando como as principais plataformas de comunicação com o consumidor. E não à toa, grandes empresas de comunicação mais tradicionais, como canais de TV aberta e paga, se movimentam para se adaptar.
“O ciclo comportamental de todos nós foi alterado e, óbvio, as marcas e as plataformas vão ter que se adequar. A publicidade existe para saciar os anseios humanos e eles vão vir pelos meios mais remotos, com o uso de tecnologia”, afirmou Rodrigues.
Esses gigantes de tecnologia estão tendo de se adaptar a regras de alguns países, principalmente na União Europeia, onde se estuda meios de controlar o poder dominante dessas companhias.
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/01/28/facebook-ganha-mais-com-anuncio.ghtml