Facebook deve pagar US$ 1 bilhão por notícias

O Facebook se comprometeu a pagar pelo menos US$ 1 bilhão por notícias nos próximos três anos, um plano que se equipara ao do Google, e almeja frear as repercussões negativas da breve proibição aplicada pela rede social a conteúdos noticiosos na Austrália. 

Valor é programado para ser desembolsado em três anos e é equivalente ao prometido por Google 

Nick Clegg, vice-presidente de assuntos globais do Facebook, divulgou o orçamento em postagem na internet defendendo a decisão, da semana passada, de restringir temporariamente as notícias na Austrália, em razão de um projeto de lei que permitiria às empresas de mídia exigir um “cheque em branco” da plataforma. 

“Muitas pessoas estão, acertadamente, questionando: ‘O que raios foi tudo isso?’”, escreveu Clegg na postagem no Facebook. “No cerne de tudo isso, segundo o ponto de vista do Facebook, há um mal-entendido sobre os fundamentos do relacionamento entre Facebook e editoras de notícias.” 

A quantia de US$ 2 bilhões, somando Google e Facebook, reflete uma mudança expressiva, em favor dos atribulados grupos de mídia, na balança de poder comercial. Ainda continua incerto, porém, se as quantias serão consideradas satisfatórias diante das demandas cada vez maiores das editoras. 

Na segunda-feira, o Facebook aceitou retomar a veiculação de notícias na Austrália, após o governo propor emendas ao projeto de lei. 

“É compreensível que alguns conglomerados de mídia vejam o Facebook como uma fonte potencial de dinheiro para compensar suas perdas”, escreveu Clegg. “Mas será que isso significa que eles deveriam ser capazes de exigir um cheque em branco? Isso é o que a lei australiana, como estava proposta, teria feito.” 

O bloqueio temporário do compartilhamento de notícias na Austrália provocou indignação pública. 

No passado, o Facebook manifestou que as notícias traziam valor “insignificante” para sua plataforma. Nos últimos três anos, contudo, diante do cenário de ameaças de endurecimento das leis, Google e Facebook começaram a pagar a algumas editoras, assinando contratos em mais de dez países. Clegg disse que o Facebook gastou US$ 600 milhões em notícias desde 2018. 

Na Austrália, porém, o valor a receber negociado por essas editoras teve forte alta e o governo defendeu reformas que garantissem aos grupos de mídia o direito a uma arbitragem em disputas contra o Facebook ou Google. 

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/02/25/facebook-deve-pagar-us-1-bilhao-por-noticias.ghtml

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