A Epson quer entrar de cabeça no time das empresas que procuram ser vistas como provedora de soluções e não apenas fornecedora dos produtos que fabricam. A ideia é faturar mais com propostas criadas a partir de suas mercadorias, como a loja de aplicativos da Apple, por exemplo, no qual o aparelho é o instrumento para um negócio maior. A transformação da multi japonesa se dará a partir do Brasil, escolhido para testar a nova área que deve conduzir a virada de chave.
Segundo Letícia Medeiro, nova chefe de soluções da empresa no Brasil, a escolha do País para criar a área se deu pelo apetite local por novas tecnologias e a criatividade desenvolvida pelos brasileiros para lidar com problemas no passado. A ideia é que a experiência seja replicada nas operações da empresa pelo mundo.
Ela dá pistas do que pode vir adiante. Entre os exemplos de soluções com potencial, estão um modelo de vitrine virtual para o varejo, com atualizações que podem ser feitas a cada hora, e uma alternativa de projeção para tomografias na pediatria, na qual as crianças interagem com bonecos em realidade aumentada como forma de distração para os exames.
Medeiro acumula mais de 15 anos de experiência em áreas semelhantes, com passagens por empresas como Serasa Experian e Dell Technologies.
Brasil é destaque na operação global
Não é a primeira vez que o Brasil se destaca nas operações mundiais da Epson. Ao lado da China, o País ajudou a desenvolver a tecnologia de impressora baseada em tanque de tinta que superou os modelos de cartucho e laser. O modelo é hoje fabricado na unidade de Barueri, em São Paulo, onde fica a sede local da empresa.
A fabricante japonesa de impressoras e de projetores atua no Brasil desde 1982 e hoje tem quase 1 mil funcionários no País. A empresa conta com 80 operações espalhadas pelo mundo e fatura 1,13 trilhão de ienes (cerca de US$ 84 bilhões). O principal mercado é a América do Norte, seguido do Japão.