De olho em jovens, Uber amplia presença no Oriente Médio

Atraída pela explosão na população jovem no Oriente Médio, a Uber está intensificando sua busca de passageiros na região, depois de desistir de outros mercados internacionais nos últimos anos.
Tendo abandonado disputas dispendiosas com rivais na China, na Rússia e no Sudeste Asiático, a empresa expande sua presença na Arábia Saudita, no Egito e nos Emirados Árabes. A companhia também fez negociações esporádicas para a aquisição da Careem, seu maior concorrente no Oriente Médio.
Países como Jordânia e Qatar não acrescentam muita receita aos resultados da Uber, mas a região é atraente em razão de sua população crescente de jovens entusiastas de tecnologia. 
Dos cerca de 400 milhões de moradores do Oriente Médio, mais de 40% têm menos de 25 anos, segundo a consultoria PwC, o que faz da região uma das mais jovens do planeta.
Executivos da Uber disseram que planejam atingir o bilhão de usuários, enquanto a empresa se prepara para uma oferta pública inicial de ações na qual seu valor de mercado pode atingir os US$ 120 bilhões (R$ 446 bilhões).
Em seu anúncio de resultados do terceiro trimestre, em novembro, a companhia afirmou que o Oriente Médio e a Índia eram “dois mercados de alto potencial” nos quais investiria pesadamente.
Anthony le Roux, presidente-executivo da Uber no Oriente Médio e África, classificou o crescimento dos serviços de transporte pessoal na região como “o mais rápido do planeta”.
“Queremos ser uma plataforma significativa em todo o mundo”, disse em entrevista, e o Oriente Médio “desempenhará papel muito importante para isso.”
Para Le Roux, a Careem vem sendo um concorrente duro. Lançada em 2012 por dois antigos consultores da McKinsey, a Careem atua em 84 cidades de 12 países do Oriente Médio.
A Uber está disponível em número menor de cidades e países da região, mas supera a Careem em termos de download de apps e média mensal de usuários na maioria dos países do Oriente Médio, com exceção da Arábia Saudita, de acordo com a App Annie, que pesquisa o uso de aplicativos.
Adquirir a Careem tornaria a Uber dominante na região. A americana conta com o SoftBank e o fundo de investimento nacional saudita entre seus investidores, e a Careem atraiu investidores como a Kingdom Holding, do bilionário príncipe saudita al-Waleed bin Talal, além da Daimler e do grupo de comércio eletrônico japonês Rakuten.
Financistas informados sobre a empresa afirmam que a Careem busca ofertas entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões. Alguns deles consideram que a venda da Careem à Uber seja inevitável, em parte porque, como empresa do Oriente Médio, ela enfrentaria dificuldades maiores do que os concorrentes internacionais para obter fundos.
A Uber e a Careem se recusaram a comentar sobre o preço de uma possível transação, ou sobre suas conversações.
Por enquanto, a concorrência entre a Uber e a Careem fez do Oriente Médio um polo de inovação nos serviços de transporte pessoal com motorista, dizem dirigentes das duas empresas e observadores do setor de tecnologia.
As duas investiram pesado em expansão e em tarifas acessíveis.
A Careem buscou se adequar aos costumes do Oriente Médio, oferecendo, em 2014, transportar às 
casas de seus clientes carneiros abatidos especialmente para o feriado muçulmano do Eid al-Adha. 
A empresa chama seus motoristas de capitães, em um esforço por mudar a imagem de uma profissão estigmatizada entre os sauditas, que acreditam que trabalhar como motorista seja uma atividade para as classes baixas.

https://www1.folha.uol.com.br/tec/2019/02/de-olho-em-jovens-uber-amplia-presenca-no-oriente-medio.shtml

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