Da telegrafia à IA: 10 vencedores do Nobel que transformaram a tecnologia

Prêmio Nobel de Química de 2024 foi concedido a David Baker, da Universidade de Washington (EUA), e Demis Hassabis e John M. Jumper, do Google DeepMind (Reino Unido), por suas contribuições revolucionárias para a bioquímica. Utilizando inteligência artificial (IA), os cientistas desenvolveram softwares que prevêem a estrutura tridimensional de proteínas, abrindo caminho para avanços científicos e médicos.

O campo da tecnologia e inteligência artificial também foi reconhecido no Prêmio Nobel de Física de 2024, concedido a Geoffrey Hinton e John Hopfield por seus trabalhos pioneiros em machine learning. Hinton, muitas vezes chamado de “padrinho da IA”, desenvolveu algoritmos e modelos fundamentais para o avanço das redes neurais artificiais, que se inspiram no funcionamento do cérebro humano e impulsionam diversas tecnologias hoje, desde buscas na internet até edição de fotos.

Hassabis e Jumper desenvolveram o AlphaFold, programa que prevê a estrutura de proteínas com alta precisão. A ferramenta já permitiu a previsão da estrutura de mais de 200 milhões de proteínas conhecidas, acelerando pesquisas em diversas áreas. Já Baker desenvolveu o software Rosetta, que prevê a estrutura de proteínas e cria novas proteínas com funções específicas.

No campo da Física Geoffrey Hinton teve um papel crucial no desenvolvimento das redes neurais que formam a base da inteligência artificial moderna. Desde seu doutorado, Hinton acreditava no potencial das redes neurais, mesmo quando essa ideia era marginalizada na comunidade científica.

Conheça os vencedores do Nobel

  • O que é o Prêmio Nobel?
  • Guglielmo Marconi e Karl Ferdinand Braun (1909): comunicação por telégrafo
  • Bardeen, Brattain e Shockley (1956): os pais do transistor
  • Dennis Gabor (1971): o ‘inventor’ do 3D
  • Godfrey Hounsfield e Allan Cormack (1979): os ‘tomografistas’
  • Georges Charpak (1992): a câmara que registra a trajetória das partículas
  • Alan Heeger, Alan MacDiarmid e Hideki Shirakawa (2000): polímeros condutores
  • Jack Kilby (2000): criação do circuito integrado
  • Charles K.Kao (2009): internet de alta velocidade com a fibra óptica
  • Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura (2014): a lâmpada LED
  • Rainer Weiss, Barry C. Barish e Kip S. Thorne (2017): as ondas gravitacionais

O que é o Prêmio Nobel?

Prêmio Nobel é uma das mais prestigiadas premiações do mundo, criada em 1895 pelo químico e inventor sueco Alfred Nobel. Anualmente, o prêmio reconhece indivíduos que realizaram pesquisas ou descobertas importantes em benefício da humanidade em seis categorias: Física, Química, Fisiologia ou Medicina, Literatura, Paz e Ciências Econômicas.

Alfred Nobel, nascido em Estocolmo em 1833, foi um químico e inventor que acumulou fortuna com suas invenções, incluindo a dinamite. Após sua morte, em 1896, seu testamento revelou a criação da Fundação Nobel e do Prêmio Nobel, com o objetivo de premiar aqueles que contribuíssem para o avanço da ciência, da literatura e da paz mundial.

Ao longo dos anos, o Prêmio Nobel tem reconhecido avanços tecnológicos que transformaram o mundo, desde a invenção da telegrafia até a aplicação da IA para desvendar os segredos das proteínas, como no caso dos ganhadores de 2024. Conheça algumas delas:

10 ganhadores do Nobel que transformaram a tecnologia

Guglielmo Marconi e Karl Ferdinand Braun (1909): comunicação por telégrafo

No final do século 19, a comunicação a longa distância ainda era um desafio. Cartas levavam semanas para cruzar oceanos, e o telégrafo, apesar de revolucionário, dependia de fios que limitavam seu alcance. Foi nesse cenário que Guglielmo Marconi e Karl Ferdinand Braun, dois visionários da ciência, deram um passo audacioso: dominar as ondas eletromagnéticas para conectar o mundo sem fios.

Nascido em Bolonha, Itália, em 25 de abril de 1874, Guglielmo Marconi era um jovem inquieto com uma paixão pela eletricidade. Fascinado pelos experimentos de Heinrich Hertz, que comprovou a existência das ondas eletromagnéticas, Marconi vislumbrou o potencial dessa descoberta para a comunicação sem fio.

Em 1895, aos 21 anos, Marconi construiu seu primeiro transmissor e receptor de rádio, utilizando equipamentos simples em sua casa de campo. Seus experimentos iniciais, inicialmente recebidos com ceticismo, logo chamaram a atenção ao transmitir sinais a distâncias cada vez maiores.

Nascido em Fulda, Alemanha, em 6 de junho de 1850, Karl Ferdinand Braun era um físico renomado com sólida formação acadêmica. Professor na Universidade de Estrasburgo, Braun se dedicou ao estudo da eletricidade e do magnetismo, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias como o osciloscópio de raios catódicos.

Braun se interessou pelo trabalho de Marconi e, em 1898, desenvolveu um circuito transmissor mais eficiente, que utilizava um circuito fechado e uma antena. Essa inovação aumentou o alcance e a qualidade da transmissão de rádio.

Marconi e Braun contribuíram para o desenvolvimento da radiotelegrafia, a transmissão de mensagens telegráficas sem fio. Em 1899, Marconi realizou a primeira transmissão de rádio por meio do Canal da Mancha, conectando a Inglaterra e a França. Em 1901, Marconi alcançou um feito histórico: a primeira transmissão transatlântica de rádio, enviando um sinal da Inglaterra para Newfoundland, no Canadá.

A radiotelegrafia de Marconi e Braun abriu caminho para o desenvolvimento do rádio como o conhecemos hoje, um meio de comunicação de massa que transformou a sociedade. Notícias, música, entretenimento e informações passaram a ser transmitidas instantaneamente para todo o mundo, conectando pessoas e culturas. Em 1909, Guglielmo Marconi e Karl Ferdinand Braun foram agraciados com o Prêmio Nobel de Física “em reconhecimento às suas contribuições para o desenvolvimento da telegrafia sem fio”.

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