A Netflix informou ontem a desaceleração mais acentuada do crescimento do número de assinantes em oito anos, num momento em que as pessoas começam a sair do isolamento instaurado pela pandemia. Mas a empresa apresentou uma resposta para isso: games.
Ontem, a gigante do streaming anunciou planos de acrescentar jogos eletrônicos a seus planos de assinatura já em vigor, sem qualquer custo adicional. Não divulgou detalhes, observando apenas que se concentrará inicialmente em jogos para dispositivos móveis.
A confirmação da há muito aguardada expansão para a área de jogos ocorre juntamente com a divulgação do mais recente balanço da Netflix.
Os 5,5 milhões de assinantes conquistados pela Netflix ao longo dos seis primeiros meses deste ano marcam seu primeiro semestre de desempenho mais fraco desde 2013 – um período em que a empresa ainda estava produzindo mais conteúdo original, em vez de veicular, por licença, séries de TV e filmes antigos.
Agora a Netflix está dando mais um salto ao oferecer games. A empresa, sediada em Los Gatos, na Califórnia, sinalizou a medida na semana passada ao revelar a contratação de um executivo veterano nos jogos eletrônicos, Mike Verdu, para prospectar potenciais oportunidades em outro campo da área de entretenimento.
“Encaramos os jogos como mais uma categoria de conteúdo para nós”, afirmou a Netflix ontem em carta aos acionistas.
Apesar da desaceleração do crescimento deste ano, a Netflix continua sendo, de longe, o maior serviço de streaming do mundo, em um campo cada vez mais competitivo que inclui a Walt Disney, a HBO, a Amazon e a Apple. A Netflix encerrou junho com 209 milhões de assinantes no mundo inteiro.
A influência da Netflix produziu, além disso, lucros persistentes. A empresa computou um lucro de US$ 1,35 bilhão, ou US$ 2,97 por ação, quase o dobro em relação ao do mesmo período do ano passado. A receita subiu 19% em relação a igual intervalo de 2020, para US$ 47,3 bilhões.
Mas o desempenho medíocre no crescimento de assinantes no primeiro semestre representam uma mudança drástica em relação ao ano passado, quando lockdowns impostos por governos no mundo inteiro empurraram as pessoas para maratonas de horas diante da TV ao ficarem confinadas em casa. A Netflix, que já era o maior serviço mundial de streaming de vídeo quando a pandemia começou, em março de 2020, captou 26 milhões de assinantes durante o primeiro semestre do ano passado.
Embora ninguém previsse que a Netflix manteria aquele ritmo vertiginoso, a queda do crescimento de assinantes neste ano foi mais grave do que o previsto.
