Na quinta-feira, 31, a Microsoft se tornou a segunda empresa do mundo a atingir o valor de mercado de US$ 4 trilhões, atrás apenas da fabricante de chips de inteligência artificial (IA), Nvidia, que atingiu o marco em 9 de julho.
O feito histórico da companhia fundada por Bill Gates está essencialmente atrelado aos esforços da empresa no desenvolvimento de produtos de IA. No último ano, a Microsoft investiu US$ 88 bilhões na construção de centros de dados para inteligência artificial e computação em nuvem.
As vendas ultrapassaram US$ 76,4 bilhões de abril a junho, um aumento de 18% em relação ao ano anterior, de acordo com os resultados trimestrais publicados na quarta, 30. O lucro subiu para US$ 27,2 bilhões, um aumento de 24%. O lucro da Microsoft no ano fiscal foi superior a US$ 101 bilhões.
Os resultados superaram as expectativas de Wall Street, e o preço das ações da Microsoft subiu mais de 8% após o fechamento de mercado, o que impulsionou a companhia para o restrito clube dos US$ 4 trilhões. A empresa disse aos investidores que esperem ainda mais gastos com centros de dados e vendas mais fortes no trimestre atual.
O investimento bilionário da empresa em IA, que teve grande influência na sua parceria com a OpenAI, empresa dona do ChatGPT, fez com que o Azure, produto de armazenamento em nuvem da Microsoft, renascesse. Segundo a empresa, o valor do produto já ultrapassou os US$ 75 milhões em 2024.
“Estamos passando por uma mudança tecnológica geracional com a IA, e nunca estive tão confiante na oportunidade da Microsoft de impulsionar o crescimento a longo prazo e definir como será o futuro”, disse Satya Nadella, CEO da Microsoft, em teleconferência com investidores.
Apesar do enorme investimento na tecnologia, a empresa diz que a demanda ainda é maior do que a capacidade que os data centers têm de fornecer serviços de computação em nuvem e IA. Segundo Amy Hood, diretora financeira da Microsoft, a escassez de oferta deve continuar até o final de 2025, mesmo com o plano da empresa em investir mais US$ 30 bilhões em despesas de capital somente neste trimestre.
De acordo com a diretora, os gastos estão atrelados aos contratos que a Microsoft já assinou com clientes. Em janeiro, ela disse aos investidores que achava que a Microsoft teria estoque suficiente até junho para atender à demanda, “e agora estou dizendo que espero estar em melhor situação em dezembro”, afirmou.
Outro fator que pode explicar a marca dos 4 trilhões da companhia é o fato das vendas comerciais das ferramentas da Microsoft para empresas, como o Excel, Teams e Word – e o seu assistente de IA, o Copilot – cresceram em 18%. Segundo o CEO da empresa, mais de 100 milhões de pessoas usam a versão comercial e para consumidores do Copilot da Microsoft todos os meses.
Além disso, o negócio de computação pessoal da Microsoft registrou US$ 13,5 bilhões em vendas. Isso incluiu um crescimento de 3% nas vendas do Windows instalado em novos computadores pessoais.
Apesar de estar batendo metas históricas, no último mês de maio a empresa demitiu 6 mil pessoas. Em julho, mais 9 mil, números que impulsionaram os US$ 4 trilhões. Nadella disse que a contradição entre as demissões e as marcas trilionárias é o “enigma do sucesso”. COM INFORMAÇÕES DE NYT E FORTUNE
