Com IA, copresidente da Chan Zuckerberg desenvolve célula virtual

Priscilla Chan, copresidente da Chan Zuckerberg Initiative (CZI), trouxe uma visão futurista para a medicina com o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) na biologia.

Médica com especialização em pediatria, Chan criou a CZI com Mark Zuckerberg, fundador e presidente da Meta Platforms, com quem é casada. Ela introduziu o conceito de célula virtual, que seria uma simulação do funcionamento das células humanas. “E se você mostrasse a um modelo de IA imagens 3D do coração humano em um nível atômico? E se você ensinasse a ele o código molecular em todas as estruturas dentro de cada um de vocês? O que você obteria é uma simulação poderosa de como a célula humana funciona”, disse a executiva, que é pediatra.

Chan afirmou que os grandes modelos de linguagem poderiam ajudar no entendimento dos dados recolhidos. “Existem trilhões e trilhões de células. É realmente difícil estudar esses componentes individuais da célula, e é quase impossível entender como esses componentes se juntam para formar um sistema funcional”, disse. “Então, precisamos do grande modelo de linguagem e dessas simulações digitais para entender como a menor unidade da vida realmente se junta.”

A médica e executiva reconheceu, contudo, que a IA pode cometer erros. “Esses [grandes] modelos [de linguagem] vão cometer erros. Eles não vão ser perfeitos. Eles vão nos dar ideias que não são reais e não funcionam em um sistema biológico.”

Apesar disso, Chan afirmou que, a partir dessa ferramenta, cientistas poderiam personalizar tratamentos e prevenções para cada indivíduo.

“Se construirmos os dados e modelos de IA corretos, podemos entender melhor o que especificamente mantém cada um de nós saudável e o que deixa cada um de nós doente”, disse. “Meu médico iria querer isso, eu iria querer isso.”

Para Chan, o modelo de célula virtual poderia acelerar a descoberta de novos tratamentos, permitindo testar milhões de terapias em software antes de levá-las para o laboratório. Isso reduziria custos e aumentaria a eficácia. “Em vez de testar moléculas candidatas uma por uma no laboratório, se você puder modelar a doença no software, pode testar um milhão de terapias potenciais.”

Outra proposta de Chan é o uso da IA para projetar células imunológicas capazes de detectar e combater doenças, como tumores, em estágios iniciais. “E se pudéssemos usar [a tecnologia] para projetar um novo tipo de célula? Você poderia dizer: ‘Preciso de uma célula que possa vagar pelo meu corpo e detectar se há sinais de um certo tipo de tumor”, afirmou. “Essa tecnologia na verdade já existe, só precisamos construí-la de forma direcionada.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/03/13/com-ia-copresidente-da-chan-zuckerberg-tenta-desenvolver-celula-virtual.ghtml

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