A Microsoft anunciou dois lançamentos com inteligência artificial (IA). O buscador Bing, que já respondia a pedidos de usuários em bate-papo aos moldes do ChatGPT, começará a criar imagens. A ideia é transformar o motor de busca em um assistente virtual capaz de criar de imagens para serem usados em espaços como postagens em redes sociais e newsletters.
Além disso, o GitHub, espécie de biblioteca de códigos de programação comprada pela Microsoft em 2018, divulgou que adicionará a tecnologia GPT-4 —versão turbinada do ChatGPT— ao seu assistente de programação Copilot. Com pedidos feitos por programadores em linguagem simples, essa ferramenta cria trechos de códigos programas, mostra explicações para bugs e detalha conceitos de computação.
As novas funcionalidades disponíveis no navegador da Microsoft visam transformar o Bing em um assistente de criação, segundo Yusuf Mehdi, diretor de marketing de consumo da empresa.
“Basta digitar algo como ‘desenhe uma imagem’ ou ‘crie uma imagem’ no chat, seguido da descrição da imagem que deseja, como um visual para uma newsletter ou uma inspiração para redecorar sua sala de estar”, disse.
Os usuários receberão esse material com uma marca d’água, para atestar que o conteúdo foi feito com IA.
A Microsoft diz ter integrado ao seu navegador uma versão mais poderosa do Dall-E, plataforma da OpenAI, mesma criadora do ChatGPT, que gera imagens a partir de descrições em texto.
A pesquisa do Bing também começará a entregar cards [postagens que combinam imagens e textos] e stories [vídeos curtos na vertical] criados com a inteligência artificial da OpenAI como resposta às pesquisas. O Bing já permitia fazer perguntas para o chatbot, com base no resultado de buscas.
Para acessar a nova funcionalidade do Bing, é necessário acessar o buscador da Microsoft pelo Edge ou baixar o aplicativo Bing (Play Store ou App Store). Depois, é preciso se inscrever em uma lista de espera do chatbot. O gerador de imagens do Bing fica no próprio chatbot
Segundo comunicado assinado pelo CEO do Github, Thomas Dohmke, as atualizações na plataforma não apenas aprimoram a opção de completar códigos de programação de forma automática, como incrementaram a interatividade entre usuário e Copilot no formato de bate-papo.
O novo assistente de programação pode, por exemplo, comentar um projeto de computação a pedido do profissional responsável. Essa prática facilita trabalhos coletivos, ao deixar mais claro cada etapa do desenvolvimento.
O Copilot foi desenvolvido antes de a Microsoft investir US$ 10 bilhões na OpenAI, em uma parceria da startup de inteligência artificial com o próprio Github. A Microsoft comprou o GitHub por US$ 7,5 bilhões em 2018.
Desde que o Copilot foi anunciado em junho de 2022, a plataforma já atendeu milhões de desenvolvedores e mais de 5.000 empresas, segundo o GitHub. A nova versão da plataforma está disponível para testes para os assinantes do pacote corporativo Microsoft 365, que custa a partir de R$ 359 ao ano).
A Microsoft dobrou a aposta em inteligência artificial geradora de conteúdo, após o sucesso do ChatGPT com o público, que já soma mais de 100 milhões de contas.
Em janeiro, a empresa divulgou um aporte bilionário na OpenAI para ter acesso aos seus produtos de IA, e disse ter adaptado as novas plataformas a padrões éticos.
Em 14 de março, o Google anunciou a implantação de ferramentas de IA em suas plataformas de escritório: Docs, Planilhas e Apresentações. Os novos recursos serão capazes de gerar conteúdos como imagem, áudio, texto, códigos de programação e vídeo, segundo a gigante das buscas.
Nesta terça (21), o Google lançou seu próprio chatbot de inteligência artificial, o Bard. Usuários de Estados Unidos e Inglaterra já podem conversar com a nova tecnologia.