A economia da Europa cresceu modestamente após meses de estagnação, mas as taxas de juros mais altas para combater a inflação lançam uma sombra sobre a região, ao encarecer os empréstimos para famílias e empresas.
O bloco de 20 países que usa o euro registrou um crescimeno de 0,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, segundo informou ontem a agência de estatísticas europeu. Trata-se de uma pequena melhora em relação ao crescimento zero no primeiro trimestre e uma leve contração no quarto trimestre do ano passado.
Só que essa recuperação é resultado de fatores únicos e uma grande expansão de 3,3% da Irlanda, que fizeram o quadro geral parecer melhor do que realmente é.
O crescimento de 0,5% da França reflete a entrega de um item manufaturado muito grande: um navio de cruzeiro. Essa peculiaridade estatística camuflou a fraca demanda por bens na segunda maior economia da zona do euro.
O crescimento de 3,3% da Irlanda também distorceu o quadro geral. Seus dados do PIB geralmente mostram grandes oscilações devido a grandes empresas internacionais que possuem suas sedes lá, incluindo gigantes da tecnologia como Meta, Google e Apple.
Sem a Irlanda, o crescimento da zona do euro teria sido de apenas 0,1%, disse Franziska Palmas, economista da Capital Economics.
O número geral “foi impulsionado por algumas idiossincrasias de alguns países e mascara um momento subjacente que provavelmente está muito mais próximo da estagnação”, disse Marc de Muizon, do Deutsche Bank.
A maior economia da Europa, a Alemanha, ficou estagnada no segundo trimestre, após dois trimestres de contração. A Itália, a terceira economia, encolheu 0,3%.
A inflação na zona do euro, por sua vez, continuou seu ritmo gradual de desaceleração, para 5,3% em julho, de 5,5% em junho.
https://valor.globo.com/mundo/noticia/2023/08/01/zona-do-euro-volta-a-crescer-no-2o-trimestre.ghtml