O Partido Trabalhista, principal força de oposição no Reino Unido, confirmou neste domingo (23) que vai debater, em seu congresso nesta semana, a possibilidade de fechar questão em torno de um novo referendo que poderia reverter o “brexit” –a retirada do país da União Europeia, definida em consulta popular em junho de 2016.
Até então, a legenda vinha defendendo o respeito à decisão de dois anos atrás, desde que os britânicos conseguissem manter o acesso ao mercado comum da UE.
No entanto, a dificuldade do governo da conservadora Theresa May de chegar a um acordo com as autoridades europeias sobre os termos da saída deu impulso para que uma parte dos trabalhistas busque um novo referendo.
O prazo para o Reino Unido se desligar do bloco expira em 29 de março de 2019, e existe um risco crescente de que se chegue a essa data sem nenhum acerto definido entre as partes.
Neste domingo, em Liverpool (norte da Inglaterra), milhares de manifestantes com bandeiras azuis e amarelas da UE– marcharam sob o slogan “Saiam do ‘brexit'”.
O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, já se manifestou em público contra uma segunda votação sobre o tema –socialista histórico, sempre viu o bloco europeu com certa suspeição. No entanto, ele tem sido pressionado internamente a mudar de posição.
Corbyn afirmou que prefere a convocação de eleições gerais para tentar resolver o impasse com os europeus, mas disse que cumprirá a decisão que venha a ser tomada no congresso.
”Vamos ver o que ocorre na conferência, mas obviamente eu estarei de acordo com as regras democráticas do meu partido”, declarou.
Os trabalhistas vivem um dilema em relação ao ‘brexit’. Apesar dos milhões de votos de eleitores da sigla pela permanência no bloco europeu, muitos de seus parlamentares representam setores favoráveis à saída do Reino Unido.
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/09/trabalhistas-debatem-apoio-a-eventual-nova-votacao-de-brexit.shtml