Rede social influencia compra de roupas

As principais fontes de tráfego para as lojas on-line são sites de busca e redes sociais, segundo indica o mais recente estudo da Nielsen sobre o consumo de mídia digital no Brasil. Mas, dependendo do produto vendido pela web, o caminho do consumidor até a loja virtual pode variar. Na categoria de roupas e calçados a influência maior é das redes sociais – 29% foram direcionados por elas às lojas. 

No segmento de produtos automotivos, o percentual de consumidores que recorrem a site de buscas para chegar até a loja on-line é o mais alto (39%) entre as 12 categorias de produtos pesquisadas. Em segundo lugar, com 39% de visitantes originados a partir desse tipo de página, aparecem as lojas de itens de casa e decoração. 

“Geralmente, quem busca uma peça de decoração ou um produto automotivo quer algo específico, já sabe o que quer. A compra de roupas tem mais a ver com o lifestyle [estilo de vida], algo que está muito presente nas redes sociais”, resume Stephanie Castus, líder de mensuração de mídia da Nielsen no Brasil. 

A Nielsen fez duas rodadas de entrevistas via internet – uma em junho de 2020 e outra em janeiro para avaliar mudança no começo da pandemia até agora. A comparação permitiu perceber, por exemplo, que houve queda nas compras on-line de alimentos e aumento nas de roupas, sapatos e acessórios. 

Para além de questões econômicas, Stephanie acredita que as mudanças refletem uma “mudança de meio”, ou seja, do canal de compra. A impressão de que a pandemia estava superada pode ter levado os consumidores de volta às lojas dos supermercados no início do ano. Na direção contrária, a familiaridade crescente dos brasileiros com o comércio digital, somada a facilidades na retirada e devolução de produtos comprados via web, explicaria o incremento nas compras on-line de roupas e acessórios. 

Ao analisar mais especificamente o consumo de mídia digital, a Nielsen constatou que todos os dias mais da metade dos brasileiros assistem um conteúdo numa tela enquanto navegam pela internet num segundo dispositivo. Conhecido como “second screening”, esse hábito é diário para 56% dos entrevistados. Se forem considerados também aqueles que consomem conteúdo simultaneamente em duas telas “algumas vezes por semana”, o percentual sobe para 86%. 

O “second screening” é mais praticado pela chamada “geração X”, com idade entre 36 e 45 anos. “É uma geração que cresceu assistindo a TV. Nela, o digital foi se inserindo ao longo da vida”, afirma Stephanie. O levantamento indica que o hábito de consumir conteúdos distintos em duas telas, simultaneamente, perde força na faixa etária mais alta da população (de mais de 55 anos) e na mais nova (entre 16 e 23 anos). 

Isso porque entre a geração Z (16 a 23 anos) prevalece o consumo de conteúdo via smartphone ou TV conectada, enquanto que entre os chamados “baby boomers”, que têm mais de 55 anos, a tendência é de uso da televisão como tela única, explica 

No ano passado, 51,9% dos investimentos publicitários no país foram destinados à televisão aberta, de acordo com dados compilados pelo Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP) junto a 217 agências. A TV por assinatura ficou com 5,9% do bolo. Já a publicidade digital absorveu 26,7% dos gastos em 2020. Apesar da predominância da TV, o fato de uma parcela significativa da audiência dividir suas atenções entre duas telas gera a necessidade de campanhas publicitárias complementares 

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/04/22/rede-social-influencia-compra-de-roupas.ghtml

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