A Nestlé acaba de lançar no Brasil o primeiro serviço de venda personalizada de cápsulas de café Dolce Gusto. O projeto, que levou cerca de dois anos para ficar pronto, incluiu o desenvolvimento de um protótipo de robô, em parceria com o Senai, que faz a separação individual das cápsulas de acordo com o pedido de cada consumidor. No modelo de vendas tradicional, que é adotado em todo o mundo pela Dolce Gusto, as compras mínimas são de 10 ou 16 cápsulas de cada sabor.
Além da personalização do atendimento, o novo sistema – usado
exclusivamente no comércio eletrônico – permitiu também reduzir o tempo de montagem dos pacotes para entrega e gerou economias com embalagem. O serviço está disponível para compras no site da marca no Brasil desde a semana passada e deve ser adotado por outras filiais da companhia no mundo. A empresa espera um crescimento de 20% a 30% nas vendas da linha Dolce Gusto no mercado brasileiro neste ano.
Pelo novo modelo, o consumidor pode escolher, para cada caixa de 50 ou 100 cápsulas, o número de unidades que desejar de cada bebida. A marca oferece 21 sabores, entre cafés, chás e bebidas lácteas. Também é possível gravar um nome em cada caixa de cápsulas.
“As pessoas consomem café regularmente no Brasil. Mas outras bebidas, como capuccino, chá quente, machiatto, são consumidas em ocasiões especiais. E o modelo tradicional de venda não favorecia o consumo mais esporádico”, afirmou Guilherme Almeida, gerente de canais e e-business de café da Nestlé Brasil.
O robô foi instalado na unidade da Nescafé Dolce Gusto localizada em Barueri (SP). Almeida disse que o equipamento faz a separação de cápsulas de um pedido a cada 15 segundos. “Um operador faz a separação manual de um pedido por minuto. A redução de tempo é significativa”, afirmou.
A Nestlé também observou uma redução de 27% no uso de embalagens com o novo sistema. Na operação tradicional, as cápsulas são enviadas para o consumidor dentro de duas caixas. No projeto novo, as unidades são envolvidas em uma única caixa, mais resistente que as anteriores.
Na avaliação de Almeida, o serviço personalizado pode estimular um aumento no consumo de bebidas em cápsulas. Por ano, as vendas da Nestlé Dulce Gusto crescem de 20% a 30% em volume. A expectativa para este ano, por enquanto, é manter esse ritmo de expansão.
O executivo considera que as vendas de caixas personalizadas, no curto prazo, vão responder por 30% a 40% das vendas on-line da Dolce Gusto no Brasil. Atualmente, o comércio eletrônico é o principal meio de vendas de cápsulas da marca. Ao todo, 70% da base de consumidores da marca compra pela internet. As linhas também são vendidas no varejo tradicional.
A Dolce Gusto tem um serviço de assinatura para compra regular de cápsulas, que atende a pouco mais de 100 mil pessoas
no Brasil atualmente. De acordo com Almeida, o Brasil possui o maior comércio eletrônico de Dolce Gusto no mundo.
Lançada no país em 2009, a marca Nescafé Dolce Gusto está presente, atualmente, em 4% dos lares brasileiros, de acordo com a Nestlé. Dados da consultoria Euromonitor International mostram que é a segunda marca de café em cápsula mais vendida do Brasil, com 14,1% de participação de mercado. A Nespresso, também da Nestlé, lidera o segmento, com 45,5% de participação. A 3 Corações é a terceira colocada, com 8,5% das vendas.
A consultoria estima que o mercado de cafés em cápsula crescerá neste ano 11% em volume, chegando a 10,2 mil toneladas. Em valor deflacionado, a previsão é de um avanço de 20,9%, para R$ 3,59 bilhões. O mercado de cápsulas responde por aproximadamente 1% do total de café consumido no Brasil.