Desaceleração da economia da China e guerra comercial com os EUA começam a ter forte impacto na rentabilidade das companhias chinesas.
As empresas chinesas estão enfrentando problemas com a desaceleração econômica no país e a guerra comercial com os EUA. Cerca de metade delas teve queda do lucro líquido ou prejuízo nos seis primeiros meses deste ano.
De 3.583 empresas não financeiras com ações nas bolsas da China continental – das quais as principais são Xangai e Shenzhen – 46% relataram queda dos lucros no ano ou passaram para o vermelho. No geral, elas informaram lucro líquido 2,5% menor no primeiro semestre deste ano do que no mesmo período do ano passado.
Na montadora de porte médio Lifan, o vice-presidente do conselho de administração, Chen Wei, e o presidente, Ma Ke, deixaram repentinamente seus cargos no fim de agosto. É provável que tenham sido responsabilizados pelo prejuízo líquido de mais de 900 milhões de yuans (US$ 127 milhões) registrado pela empresa no período de janeiro a junho. As vendas ficaram em 5,1 bilhões de yuans.
A Lifan vendeu apenas 22 mil veículos no período, o que representa uma queda anual de 60%, prejudicada por atrasos em lançamentos de novos modelos e pela má receptividade a seus carros elétricos no mercado. Chen e Ma eram encarregados das divisões de automóveis elétricos e de passageiros. A empresa planeja agora voltar às suas raízes, focando em veículos de duas rodas.
As vendas de veículos novos deverão cair pelo segundo ano seguido na China, o que terá forte impacto sobre as montadoras e suas fornecedoras. Mais de 70% das 174 empresas do setor tiveram queda do lucro líquido ou prejuízo líquido no primeiro semestre, segundo dados da provedora de informações financeiras Shanghai DZH. Empresas de pequeno e médio portes com recursos limitados foram as mais prejudicadas, com quedas de 30% do lucro líquido do segmento como um todo.
No setor de varejo, a operadora de supermercados e lojas de departamentos New Huadu Industrial Group contabilizou prejuízo líquido de 120 milhões de yuans. A empresa decidiu fechar um terço de suas lojas, ao considerá-las pouco passíveis de gerar lucros.
O mercado imobiliário também aponta para uma retração da economia chinesa. O lucro líquido das 132 incorporadoras aumentou 17% na comparação ano a ano.
