Os gastos militares na Europa dispararam em 2022 após a invasão russa da Ucrânia e atingiram seu nível mais alto desde o fim da Guerra Fria.
Os gastos militares europeus também impulsionaram os de todo o planeta, chegando a um recorde de US$ 2,24 trilhões (cerca de R$ 11,31 trilhões), equivalente a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, aponta o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri).
As despesas globais com defesa tiveram um aumento significativo “devido à guerra na Ucrânia”, que elevaram as do continente europeu, “e às tensões cada vez mais graves no leste da Ásia entre Estados Unidos e China”, afirmou à AFP o pesquisador Nan Tian, um dos autores do estudo.
Em 2022, um ano marcado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, os países europeus gastaram, em média, descontando a inflação, 13% a mais em seus exércitos do que em 2021.
Este é o maior crescimento em mais de 30 anos e, se o valor total for calculado em dólares constantes (descontando o efeito da inflação), alcança o mesmo nível dos gastos de 1989, quando o Muro de Berlim caiu.
Kiev aumentou gastos militares em sete vezes no ano passado
No caso da Ucrânia, aumentaram sete vezes, para US$ 44 bilhões (R$ 222,18 bilhões), um terço de seu PIB.
A antiga república soviética também se beneficiou de bilhões de dólares em doações de armas estrangeiras, observou o Sipri.
Os desembolsos russos em defesa subiram 9,2% no ano passado, segundo essas estimativas.
“Os gastos europeus aumentaram bastante, mesmo se excluirmos [dos cálculos] as duas nações em guerra”, indicou Tian.
Os gastos militares na Europa chegaram a US$ 480 bilhões (R$ 2,42 trilhões) em 2022. Na última década, aumentaram um terço e espera-se que a tendência continue e se acelere nos próximos anos.