França enviará caças Mirage para Ucrânia e irá treinar pilotos 

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou nesta quinta-feira, 6, que a França irá fornecer para a Ucrânia caças Mirage, para ajudar a defesa do país contra a ofensiva russa. O anúncio foi feito no dia em que o presidente ucraniano Volodmir Zelenski visitou a França, junto de outros líderes globais, para comemorar o Dia D.

A visita de Zelenski à França também teve como objetivo buscar mais ajuda do Ocidente em um momento em que as tropas ucranianas lutam para evitar um ataque russo perto da cidade de Kharkiv, na guerra que se tornou o maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Macron disse à emissora de TV pública francesa que anunciará na sexta-feira, 7, uma nova cooperação com a Ucrânia e a venda de aviões de combate de fabricação francesa, o Mirage 2005, que “permitirá à Ucrânia proteger o seu solo, o seu espaço aéreo” contra ataques russos. Não ficou claro quantas aeronaves serão enviadas.

A França também começara a treinar pilotos ucranianos, de acordo com Macron, que reiterou que a Ucrania deveria ser autorizada a usar armamentos fornecidos pelos seus aliados do Ocidente para atacar os alvos militares da Rússia e “neutralizar os pontos a partir dos quais (o país) está sendo atacado”.

A Holanda e a Dinamarca prometeram no ano passado dar caças F-16 para a Ucrânia e os Estados Unidos estão treinando pilotos ucranianos em uma base aérea do Arizona. Macron não especificou quando o avião de guerra francês iria ser entregue.

Zelenski e sua esposa, Olena, participaram dos eventos em comemoração ao 80 aniversário do Dia D na Normandia com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes europeus que apoiaram os esforços de Kiev na guerra. Zelenski se reunirá com autoridades francesas em Paris na sexta-feira.

Ucrânia está autorizada a usar armas do Ocidente

Embora a promessa de aeronaves francesas seja bem-vinda em Kiev, a Ucrânia está atualmente lutando para conter uma recente investida russa no leste, incluindo as regiões fronteiriças de Kharkiv e Donetsk, que procura explorar a escassez de munições e tropas de Kiev ao longo dos cerca de mil quilômetros de linha de frente.

Como parte do esforço para conter o avanço russo, os aliados da Otan disseram que permitiriam que a Ucrânia utilizasse armas que entregassem a Kiev para realizar ataques limitados dentro da Rússia. Desde semana passada, a Ucrânia tem permissão de Washington para usar armas fornecidas pelos EUA para disparar contra alvos dentro da Rússia, com limitações.

Como reação, na quarta-feira, 5, o presidente russo, Vladimir Putin, alertou que a Rússia poderia fornecer armas de longo alcance a outros países para que pudessem atacar alvos ocidentais. Putin afirmou que o uso de algumas armas fornecidas pelo Ocidente envolve militares desses países que controlam os mísseis e selecionam os alvos e, portanto, disse que Moscou poderia adotar medidas “assimétricas” em outras partes do mundo.

Biden respondeu observando os limites que Washington impôs. “Nós não estamos falando em dar armas (para a Ucrânia) para atacar Moscou, para atacar o Kremlin”, disse Biden à ABC News. A Ucrânia foi autorizada a usar as armas “do outro lado da fronteira, onde está recebendo disparos significativos de armas convencionais usadas pelos russos para entrar na Ucrânia e matar ucranianos”, disse Biden.

O presidente americano disse que estava “preocupado” com o comportamento de Putin e o chamou de “um ditador”. Ele também prometeu que os EUA não “abandonarão” a defesa da Ucrânia e que não permitirá que a Rússia ameace mais a Europa.

Os militares dos EUA disseram que não controlam os mísseis que fornecem à Ucrânia ou os alvos, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, enfatizou que a aliança não tem planos de enviar forças para a Ucrânia.

“Estamos focando em como podemos estabelecer um quadro mais forte para o nosso apoio, com um quadro institucionalizado para o apoio à Ucrânia e como estabelecer um compromisso financeiro acordado a longo prazo para garantir que estaremos ao lado da Ucrânia durante o tempo que for necessário”, declarou Stoltenberg na Finlândia. /Associated Press.

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