EUA barram acesso chinês a tecnologia quântica

O governo dos EUA colocou uma dúzia de companhias chinesas em sua lista negra comercial ontem, por motivos de segurança nacional e política externa, citando em alguns casos a ajuda que dessas empresas no desenvolvimento dos esforços dos militares chineses na computação quântica. 

Várias entidades e indivíduos da China e do Paquistão foram adicionados à Lista de Entidades do Departamento do Comércio por contribuírem com as atividades nucleares e o programa de mísseis balísticos do Paquistão. 

A nova medida dos EUA contra empresas chinesas ocorre em meio a crescente tensão entre Pequim e Washington sobre a situação de Taiwan e questões comerciais. 

No total, 27 novas entidades da China, Japão, Paquistão e Cingapura foram acrescentadas à lista. A secretária do Comércio, Gina Raimondo, disse em nota que a nova lista ajudará a evitar que tecnologias americanas apoiem nos “avanços militares” chineses e russos “e atividades nucleares não protegidas do Paquistão ou seu programa de mísseis balísticos”. 

A embaixada da China em Washington não respondeu a pedidos de comentários. O Departamento do Comércio disse que as empresas Hangzhou Zhongke Microelectronics, Hunan Goke Microelectronics, New H3C Semiconductor Technologies, Xi’an Aerospace Huaxun Technology e Yunchip Microelectronics foram colocadas na Lista de Entidades por seu “apoio à modernização militar do Exército” chinês. 

E também incluiu o Laboratório Nacional Heifei de Ciências Físicas em Microescala, a QuantumCTek e a Sanghai QuantumCTek à lista por suas “aquisições e tentativas de aquisição de itens originários dos EUA em apoio a usos militares”. 

As oito empresas chinesas foram incluídas na lista para evitar que a tecnologia dos EUA seja usada para ajudar a China a desenvolver aplicativos de computação quântica para suas forças armadas. O Departamento de Comércio quer impedir os militares chineses de desenvolverem sua tecnologia contra furtividade, que pode incluir equipamentos como radares avançados contra aviões furtivos e aplicativos contra submarinos furtivos, como sensores submersos. 

O Departamento de Comércio informou que a ação proíbe ainda que material americano seja usado para ajudar a China a quebrar criptografia ou desenvolver criptografia que não possa ser quebrada. Fornecedores de empresas colocadas na lista precisarão pedir autorização para poder vender a elas, o que provavelmente será negado. 

Desde o governo Trump, essa lista de entidades é cada vez mais usada para fins de segurança nacional e metas de política externa. A empresa de telecomunicações chinesa Huawei foi incluída em 2019, o que a isolou de alguns fornecedores importantes e dificultou sua produção de celulares. 

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2021/11/25/eua-barram-acesso-chines-a-tecnologia-quantica.ghtml

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