Esforço por trégua em Gaza aumenta

Os esforços diplomáticos eram cada vez mais intensos neste domingo, 28, para alcançar uma trégua e a libertação dos reféns em Gaza. O grupo terrorista Hamas anunciou que responderá na segunda-feira, 29, à proposta mais recente de Israel para interromper os bombardeios no território.

“Uma delegação do Hamas, liderada por Khalil Al-Hayya, chegará amanhã ao Egito […] e apresentará a resposta do movimento” à proposta israelense, declarou uma fonte de alto escalão do grupo islamista palestino, que pediu anonimato, à AFP.

O governo israelense enfrenta pressões crescentes, internas e no exterior, para estabelecer um acordo que permita acabar com quase sete meses de guerra em Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.

Khalil Al Hayya, número dois do braço político do movimento em Gaza, anunciou no sábado, 27, que o grupo terrorista Hamas estava examinando a resposta a uma contraproposta de Israel.

Catar, Egito e Estados Unidos atuam como mediadores e tentam obter um novo cessar-fogo para o território estreito e devastado, onde quase toda a população está próxima de um cenário de fome, segundo a ONU.

O portal de notícias americano Axios informou, com base em dois funcionários de alto escalão do governo israelense, que a proposta mais recente do país inclui a vontade de debater o “restabelecimento de uma calma sustentável” em Gaza após a libertação de reféns.

Esta é a primeira vez em quase sete meses de guerra que as autoridades israelenses sugerem que estão abertas a discutir o fim da guerra, segundo o Axios.

Uma fonte do Hamas, que acompanha as negociações, declarou à AFP que o grupo está “aberto a discutir a nova proposta de maneira positiva”.

A fonte acrescentou que o grupo deseja “alcançar um acordo que garanta um cessar-fogo permanente, o retorno dos deslocados, um acordo aceitável para a troca [de prisioneiros] e o fim do cerco em Gaza”.

Novo impulso às negociações

O Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo terrorista Hamas, informou que pelo menos 66 pessoas morreram nos bombardeios israelenses contra o território nas últimas 24 horas.

Os ataques atingiram as cidades de Khan Yunis e Rafah, no sul, assim como a Cidade de Gaza, no norte.

As esperanças de uma possível nova trégua coincidem com a pressão internacional para dissuadir Israel de invadir Rafah, uma cidade no sul da Faixa de Gaza que abriga 1,5 milhão de pessoas, a maioria deslocadas pela guerra.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou em um fórum econômico na Arábia Saudita que apenas o governo dos Estados Unidos pode impedir uma operação militar deste tipo, que seria “o maior desastre na história do povo palestino”.

Abbas discursou no Fórum Econômico Mundial (WEF), que começou neste domingo em Riade, e conta com a participação de várias autoridades e mediadores no conflito, como o secretário de Estado americano Antony Blinken.

Apesar da ausência de representantes de Israel no evento, o fórum é uma “oportunidade para ter conversas estruturadas com figuras-chave, afirmou o presidente do WEF, o norueguês Børge Brende.

“Há um novo impulso nas conversações a respeito dos reféns, e também para… uma possível saída do impasse que enfrentamos em Gaza”, acrescentou.

https://www.estadao.com.br/internacional/esforco-tregua-gaza-cessar-fogo-hamas-resposta-israel/

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