Corte de juro pode ser próxima ação de BC dos EUA

O próximo movimento do Federal Reserve (Fed) pode “muito bem” ser de corte de juros. A afirmação foi feita pela ex-presidente do BC dos EUA Janet Yellen, em entrevista à “CNBC”. Esse cenário seria bem factível se um processo de desaceleração global contaminar a economia americana.
“É claro que é possível [um corte de juros]. Se o crescimento global realmente enfraquecer e se espalhar para os Estados Unidos, onde as condições financeiras se estreitam”. Mas ponderou que tanto uma nova alta como um corte estão sobre a mesa: “ambos os resultados são possíveis”.
Yellen disse que justamente a desaceleração do crescimento global foi a maior ameaça à economia americana que ela enfrentou à frente do banco central. Mas, do ponto de vista atual, “os dados econômicos dos EUA são sólidos e fortes”.
“Minha opinião é que, enquanto esperávamos que o crescimento desacelerasse em 2019 em relação ao ano passado, o que provavelmente ocorrerá é um avanço de cerca de 3% ou mais”.
Diante da comunicação truncada do atual dirigente, Jerome Powell, em dezembro – quando disse que as taxas de juros continuariam a subir e a carteira de ativos do Fed, a cair -, Yellen afirmou que se estivesse lá (na reunião) provavelmente teria imaginado duas altas para este ano. Naquele momento, o comitê do Fed esperava três altas de juros e o mercado caminhava para precificar apenas uma elevação.
“Eu teria uma faixa de incerteza muito ampla em torno disso”.
O processo de redução do balanço também deveria ser uma atividade corriqueira, na opinião da ex-presidente do Fed, mas isso está longe do que os investidores pensam. Desde a reunião de dezembro, quando Powell disse que o enxugamento da carteira de ativos estava no “piloto automático”, ficou claro que os agentes temem pelo aperto contínuo das condições financeiras, o que derrubou os mercados financeiros. Isso precipitou, provavelmente, um ajuste na comunicação do Fed na reunião de janeiro.

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