O presidente americano, Donald Trump, assegurou que os EUA estão mantendo os preparativos para a reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, marcada para 12 de junho em Cingapura, e adiantou que um acordo permitirá que Kim se mantenha no poder.
O presidente buscou esclarecer um mal entendido que irritou os norte-coreanos e complicou o processo ao baixar o tom das declarações de seu secretário de Segurança Nacional, John Bolton.
Em uma entrevista, o secretário citou a aplicação de um “modelo líbio” para conseguir a desnuclearização da Coreia do Norte, uma declaração que causou irritação em Pyongyang. Quinze anos atrás, Muamar Kadafi abriu mão de seu nascente programa nuclear em troca de uma integração econômica com o Ocidente e acabou sendo perseguido e morto quando os EUA e os aliados europeus tentaram impedir o regime de massacrar os civis no levante de 2011, conhecido como Primavera Árabe de 2011.
“O modelo líbio não é o que temos em mente”, disse Trump nesta quinta-feira, 17, ao receber na Casa Branca o líder da Otan, Jens Stoltenberg. “Dizimamos esse país completamente”, admitiu, referindo-se às operações conduzidas pela Otan na Líbia, que levaram à deposição do governo Kadafi. “E fizemos o mesmo com o Iraque. Não discutirei se deveríamos tê-lo feito, mas eu fui contra desde o início”, disse.
Segundo Trump, o cenário mencionado por Bolton se referia sobre se “não chegarmos a um acordo com a Coreia do Norte, pois não vamos permitir que esse país tenha armas nucleares”. Segundo Trump, a ideia de um acordo com Kim sobre a desnuclearização inclui a possibilidade de que o líder norte-coreano se mantenha no poder. “Nunca dissemos a Kadafi: ‘não se preocupe, pois te daremos proteção e vamos fortalecer seu Exército”, disse Trump. “Se alcançarmos um acordo, Kim poderá ser muito feliz”, destacou.
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