Celular passa internet banking em transações financeiras

O celular ultrapassou o internet banking no pagamento de contas e transferências eletrônicas – como TEDs e DOCs – no ano passado pela primeira vez na história do setor bancário brasileiro. A constatação é da 27ª edição da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2019, feita em parceria com a Deloitte, anunciada nesta terça-feira, 7. O celular viabilizou, assim, 2,5 bilhões de pagamentos de contas e transferências no ano passado.
O número de transações bancárias com movimentação financeira cresceu 33% nos canais digitais. Só no celular, o avanço foi de 80%. De cada dez transações bancárias realizadas no Brasil, seis acontecem no internet banking e no celular.
“Esses números demonstram o investimento dos bancos na solução, de trazer melhor usabilidade e também a maior confiança do cliente no uso dos canais digitais”, explicou Gustavo Fosse, diretor setorial de tecnologia e automação bancária da Febraban, em coletiva de imprensa.
Segundo ele, pela primeira vez, as transações com movimentação financeira pelas maquininhas – POS, na sigla em inglês – superam as operações feitas presencialmente e seguem com a tendência mundial do uso de canais eletrônicos.
Os investimentos com tecnologia bancária somaram R$ 19,6 bilhões em 2018. O destaque, de acordo com Fosse, foi o orçamento de software, que totalizou R$ 10,1 bilhões.
As novas tecnologias que despertam maior interesse para os bancos e seus investimentos continuam sendo big data e inteligência artificial/computação cognitiva. A pesquisa da Febraban contou com a participação de 20 bancos, que somados representaram 91% dos ativos bancários do País.
Menos agências
O número de agências bancárias no Brasil entrou numa trajetória de estabilidade no ano passado, com a redução de 200 unidades frente a 2017. Os bancos contavam com uma rede de 21,6 mil pontos físicos no Brasil em 2018, considerando agências tradicionais, específicas para um determinado público e ainda as digitais.
“Entre os anos de 2016 e 2017, tivemos o impacto da venda de dois bancos, que se refletiu no número de agências no Brasil como resultado da consolidação que ocorreu no segmento”, disse Gustavo Fosse, referindo-se à venda do HSBC para o Bradesco e da operação de varejo do Citi para o Itaú Unibanco.
Para operações mais complexas
No geral, a tendência, segundo ele, é de manutenção do número de agências no Brasil, mas uma mudança “muito forte” na característica dos serviços que os clientes procuram nas redes dos bancos. “O transacional comum diminuiu, mas a agência se manteve. Já o transacional mais complexo como, por exemplo, concessão de crédito e investimento aumentou ou caíram pouco”, explicou Fosse, acrescentando que as agências tendem a assumir o papel de um ambiente para a realização de operações mais estruturadas.
Para o diretor da Febraban, a agência bancária será o que o “cliente quiser”. “O que temos observado é que nos grandes centros as agências têm se tormado um grande ponto para tirar dúvida, operações mais estruturadas e consultoria financeira. Nos centros menores, ainda tem um lado mais operacional”, reforçou ele.
A tendência, segundo Fosse, é de que as agências sejam menos transacionais e mais consultivas, conforme o comportamento dos clientes.

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