“Estamos enfrentando algo diferente da crise financeira de 2008”, afirma a presidente do BCE sobre os impactos do coronavírus na economia
A decisão de não cortar os juros na região do euro foi tomada de maneira unânime entre os integrantes do Banco Central Europeu (BCE) e que os mercados “precisam de tempo” para analisar a decisão de política monetária anunciada nesta quinta- feira, disse a presidente da autoridade monetária europeia, Christine Lagarde.
Questionada sobre os motivos para o BCE ter contrariado as expectativas dos agentes financeiros ao manter os juros estáveis, Lagarde disse que a instituição avaliou que a expansão do programa de compra de ativos em 120 bilhões de euros e aumento temporário das operações de refinanciamento de longo prazo (LTROs) seriam medidas mais eficazes para lidar com a sensibilidade atual dos mercados. Mas a presidente do BC europeu ão excluiu a possibilidade de uma corte de juros futuro, caso a instituição avalie que esta é a ferramenta mais apropriada.
“Estamos enfrentando algo diferente da crise financeira de 2008. Analisamos a crise atual como sendo primeiramente um choque de oferta, seguido de um choque de demanda, acompanhado pela instabilidade financeira”, disse Lagarde. “Por isso, acreditamos que a primeira resposta deveria ser fiscal. Os bancos centrais não deveriam ser a resposta inicial aos problemas gerados pelo coronavírus”, concluiu.
Lagarde reiterou o seu pedido por mais atuação dos governos europeus e disse que todas as instituições do continente “precisam contribuir com o esforço coordenado” para combater os efeitos do coronavírus. “O que eu quero é que todos juntemos forças e espero que as autoridades fiscais entendam a necessidade de enfrentarmos os problemas juntos. Precisamos desenvolver uma solução coletiva.”
