Aquecimento da economia americana pode exigir mais alta de juros

Jackson Hole, Wyoming – A força da economia dos Estados Unidos pode exigir mais aumentos das taxas de juro, alertou o presidente da Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, nesta sexta-feira, 25, durante o Simpósio Econômico realizado anualmente em Jackson Hole, no Estado de Wyoming. O presidente do Fed também destacou a natureza incerta das perspectivas econômicas americanas.

Segundo Powell, a economia cresceu mais rápido do que o esperado e os consumidores continuam a gastar sem preocupações, tendências que podem manter elevadas as pressões inflacionárias. Ele reiterou que o Fed está determinado a manter a sua taxa de referência elevada até que a inflação seja reduzida para a meta de 2%.

“Estamos atentos a sinais de que a economia não está arrefecendo como esperado”, disse. “Estamos preparados para continuar a aumentar as taxas de juros, se for apropriado, e manter o nível restritivo até termos a certeza de que a inflação cai de forma sustentável em direção ao nosso objetivo.”

No seu discurso, Powell destacou a incerteza em torno da economia e a complexidade da resposta do Fed. Isso contrasta com suas observações feitas na conferência de Jackson Hole no ano passado, quando avisou Wall Street que o Fed continuaria a sua campanha de aumentos das taxas de juros para frear o aumento de preços.

Ainda de acordo com Powell, o Fed acredita que sua taxa básica de juros é alta o suficiente para desacelerar a economia, a criação de empregos e a inflação. Mas acrescentou que é difícil calcular o nível dos custos dos empréstimos para conter a economia, “e, portanto, há sempre incerteza” quanto à eficácia das medidas do Fed para conter a inflação.

Portanto, disse, o Fed “procederá com cuidado enquanto determinamos se devemos apertar ainda mais ou manter a taxa constante enquanto se aguardam novos dados”.

Desde a conferência de Jackson Hole no ano passado, o Fed aumentou a sua taxa de referência para 5,4%, o nível mais elevado em 22 anos. A inflação atingiu um pico de 9,1%, em termos anuais, em junho de 2022, antes de cair para os atuais 3,2% – embora permaneça acima da meta do Fed, de 2%.

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