Suíços querem distância de relógios inteligentes

O maior fabricante de relógios do mundo decidiu ficar longe da tecnologia. Há dez anos, a Swatch Group e a Microsoft lançaram um novo tipo de relógio chamado Paparazzi. O produto era o pioneiro do relógio inteligente e dava ao usuário acesso a noticiário, bolsa, e MSN da Microsoft.

Entretanto, não deu certo. O Paparazzi foi um fracasso e a parceria entre a luxuosa fabricante de relógios suíça e a gigante do software acabou, como mostrou matéria do The New York Times, assinada por Raphael Minder, traduzida pelo Estadão na edição de 14/04, pg B9.

O crescente interesse por relógios inteligentes, que o Google e a Apple disputam, poderia constituir-se em abertura perfeita para mercado que conhece a fundo o ramo: os fabricantes suíços. Mas, por várias razões, nenhum dos líderes da indústria suíça parece empenhado, até o momento, em combinar joias e diamantes com produtos digitais.

Os executivos da Swatch Group argumentam que relógios inteligentes apresentam numerosos problemas em comparação aos modelos tradicionais, como a vida útil limitada da bateria, e o fato de que podem ser “monitorados” pelos serviços de inteligência. As pessoas “não querem este tipo de complicação” repetem os executivos, sem esquecer que relógios “continuam uma peça de joalheria”.

Alguns fabricantes suíços dizem que há “espaço para todo mundo” e que os inteligentes não prejudicarão o negócio de relógios suíços. Mas, cerca de 1,9 milhão de relógios inteligentes foram colocados a venda em 2013, forte aumento em relação aos 300 mil de 2012. O dado é da consultoria Strategic Analytics.

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