Sem super-heróis disponíveis, economia do mundo balança

Com ou sem a ação dos super-heróis a economia do mundo não ficou melhor nos últimos meses. A fonte desse julgamento é exatamente quem toma conta da economia do planeta: o Fundo Monetário Internacional, o célebre FMI. Pois bem, para o Fundo, o mundo crescerá apenas 3,3% neste ano e 3,6% no próximo, bem menos do que os técnicos do FMI previam em julho.
Os motivos centrais das preocupações desses técnicos estão tanto nos problemas enfrentados pelo euro, quanto nas dificuldades dos norteamericanos em conter o que foi chamado de abismo fiscal. A economia dos Estados Unidos poderá “cair“ nesse abismo caso ocorra um impasse em torno da dívida pública do país, ou seja, a diferença entre o que o governo de Washington arrecada de impostos e taxas e o que gasta.
A questão é simples: para resolver o drama da dívida pública, em janeiro, os impostos seriam aumentados e os gastos do governo cortados. Porém, o resultado dessa decisão seria uma enorme recessão, porque quando o governo aumenta imposto sobra menos dinheiro para os empresários investirem e as pessoas comprarem, o que quer dizer menos consumo, menos emprego e menos renda.
Os republicanos pressionam para que o governo americano gaste menos. Os democratas não aceitam, porque os cortes seriam nos programas sociais. Esse impasse construiu o abismo fiscal. Se os políticos dos dois partidos não se entenderem até os primeiros dias de janeiro, quando a lei obriga que a dívida seja paga,  os cortes virão. Ou seja, acontece a recessão. Para evitá-la é preciso que o limite da dívida federal americana suba, coisa que só o entendimento entre democratas e republicanos pode fazer. É isso que o FMI tem medo: que depois das eleições este entendimento fique mais difícil.
A União Europeia também preocupa o Fundo porque os países mais ricos do bloco retiraram pouco a pouco nos últimos meses, muito dinheiro que estavam nos bancos dos países mais pobres. Com menos investimentos, o desenvolvimento de Espanha, Grécia Portugal, Irlanda fica bem mais difícil. Daí a previsão do FMI de que a economia dos 17 países que compõem o euro deve encolher 0,4% este ano (isto é, terá crescimento negativo) e crescer raquíticos 0,2% no próximo. Alguns desastres serão enormes como no caso do PIB da Grécia que encolherá 6% negativos neste ano e outros 4% negativos no próximo.
A única salvação estará no sucesso das economias emergentes, especialmente a da China. O FMI avisa que a economia chinesa não crescerá tanto como no passado, mas avançará 7,8% neste ano e 8,2% em 2013. Ufa!!!! A questão é saber se a economia dos emergentes, incluída brasileira, será suficiente para puxar os resultados da economia do mundo. Os técnicos do FMI até acham que pode e torcem para que isso aconteça. Tomara que eles tenham razão.

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