O genro de Donald Trump, Jared Kushner, procurou informalmente um dos maiores negociadores da indústria da mídia nos EUA, para tratar da possibilidade de lançar uma rede de televisão Trump após as eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro.
Kushner, uma figura cada vez mais influente na bilionária campanha presidencial, esteve nos últimos dois meses em contato com Aryeh Bourkoff, fundador e executivo-chefe do LionTree, um pequeno banco de investimentos. A conversa foi breve e não progrediu desde então, acrescentaram as fontes. Bourkoff e Kushner não quiseram fazer comentários, como mostrou material do Financial Times, assinada por Matthew Garrahan e James Fontanella-Khan, publicada no Valor de 18/10
Mas a abordagem sugere que Kushner e o próprio candidato republicano estão pensando em como tirar vantagem do movimento populista surgido em torno de sua campanha, no caso de uma derrota para Hillary Clinton na eleição.
Nos últimos dias Trump aumentou suas críticas à grande imprensa “desonesta e mentirosa”, que ele acusa de denegri-lo em conluio com a campanha de Hillary.
Trump, cuja campanha é encabeçada pelo empresário da mídia digital Stephen Bannon, negou ter a intenção de criar seu próprio canal de TV. “Não tenho interesse em uma empresa de mídia. É um rumor falso”, disse ao “The Washington Post” no mês passado.
Bourkoff, que lançou o LionTree em 2012, já prestou consultoria em transações avaliadas em mais de US$ 300 bilhões, incluindo a compra da Virgin Media pela Liberty Global por US$ 23,3 bilhões, e a aquisição do controle da AOL pela Verizon por US$ 4,4 bilhões. Ele é também o consultor favorito de John Malone e ajudou o “cowboy da TV a cabo” a consolidar o setor de TV por assinatura dos EUA, incluindo aí a aquisição do controle da Time Warner Cable pela Charter Communications este ano, por US$ 78 bilhões.
Ele é amigo de Kushner, que é casado com Ivana Trump, filha de Donald. Os dois já trabalharam juntos no passado.
Os rumores sobre uma rede de TV por Trump persistem, em parte por causa das multidões que o empresário continua atraindo por onde passa em sua campanha, e por causa de seus laços com a mídia conservadora. Bannon preside o conselho de administração da Breitbart, uma rede de sites noticiosos de direita atualmente num esforço de expansão global, com o objetivo de montar sites na Alemanha e na França, além das operações existentes nos EUA e em Israel.