Se a China perde força, o que acontecerá com o Brasil?

O governo chinês confirmou ontem que pretende aprofundar reformas econômicas neste ano, com planos que incluem maior urbanização, aumento do investimento privado e maior flexibilidade para que o yuan reflita as movimentações do mercado financeiro. Em outras palavras, a China prestará mais atenção no mercado interno do que na capacidade de exportação.
As medidas ocorrem no momento em que aparecem sinais da perda de crescimento da segunda maior economia do planeta. Especialistas dizem que o país deve registrar em 2013 o menor crescimento dos últimos 23 anos. Pequim já admite que poderá, neste ano, crescer abaixo dos previstos 7,5% do PIB. Este fato terá reflexos no mundo, especialmente para os exportadores brasileiros de commodities.
O primeiro ministro chinês, Li Kqiang afirmou que irá expandir as forças de mercado e não os incentivos do governo para garantir o crescimento econômico. E enfrentará questões como o envelhecimento da população. Pequim avisou que não aplicará medidas de estímulo, insistindo que quer menor intervenção do governo para que a concorrência entre empresas privadas seja o motor da expansão econômica.
O crescimento mais fraco da China, como mostrou matéria de O Globo, edição de 25 de maio, pg 27, afetará diretamente o Brasil com possível queda no volume de exportações e perda de preço das commodities agrícolas e minerais.
Analistas ouvidos pelo The New York Times alertaram que as mudanças anunciadas por Pequim refletem alteração estrutural importante na economia chinesa. Após muitos anos apoiando a expansão com gastos do governo para estimular setores exportadores, a China voltará sua atenção ao mercado interno; o setor privado e as forças de mercado serão os protagonistas especialmente nos setores, financeiro, energético, ferroviário e telecomunicações. O governo central avisou que controlará o endividamento dos governos locais. . Vários analistas apoiaram a decisão chinesa porque Pequim escolheu o caminho certo com foco em reformas.

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